quinta-feira, 26 de abril de 2018

O SERTÃO RESSUSCITADO

Sertão depois que choveu
A floresta reviveu
O verde reacendeu
Babugem brotou do chão
Carão voltou a cantar
E sertanejo a plantar
E Bem ti vi anunciar
A fartura do sertão

Sapos renovam coral
O som da voz é igual
Foi num foi é recital
Da sua orquestração
Lá na beira da lagôa
O povo que houve enjôa
Cada qual canta  e côa

Quando chove no sertão
Açude morto enterrado
Num lugar abandonado
Encheu e tem derramado
Água com disposição
Arrebentou a sangria
Lá tem festa todo dia
É a maior alegria
Pra quem vive no sertão

Fica o povo agradecido
Vendo seu sertão chovido
O campo bem revestido
É muito linda a visão
Rio de barreira a barreira
O ronco da cachoeira
Água que cai da biqueira
Cava buraco no chão

Era seco esturricado
O povo desesperado
Já tinha se preparado
Pra sair deste sertão
De repente aconteceu
Que dia e noite choveu
Quem estava seco encheu
Foi uma ressurreição.

Helena Bezerra.