sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

REBELIÃO EM ALCAÇUS

A paz foi embora lá de Alcaçuz
Os presos sentiram a sua saída
Fizeram protesto sem querer comida
Tremendo de fome gritavam Jesus
Ficou tudo escuro imploravam luz
Para o ambiente poder clarear
Em clima de guerra partiu pra brigar
Duas facções cruéis violentas
Lutando com armas do tipo sangrenta
E as vidas ceifadas jogadas no ar

Travou-se a luta com tiros e facadas
Pedaço de telha banda de janela
Bojo sanitário corrente de sela
Vidas destruídas cabeças cortadas
Corpos mutilados face descepadas
ITEP lutando para encontrar
O dono das partes para emendar
O grosso com grosso o fino com fino
Cabeça de homem corpo de menino
Muito complicado pra examinar

Arma improvisada na destruição
De vidas sofridas sem poupar ninguém
A queima de ônibus prejudica quem
Não tem nada haver com rebelião
Nem brigas travadas dentro de prisão
É cobrado caro sem nada comprar
Sem ter um transporte para viajar
Arriscando a vida perdendo o emprego
Ficando doente perdendo o sossego
Por causa de gente que vive a errar

Esfolaram corpos naquela chacina
Despencaram carne enterraram osso
Intestino fino também o grosso
Jogaram na fossa de areia fina
Mas nada empatou de ter fedentina
A carne em mantas postas para secar
Fizeram churrasco pra comemorar
Dizendo a imprensa é do PCC
E este pedaço é para você
Se tiver coragem de saborear

Saíram do piso subiram ao teto
Ergueram bandeiras feita de lençóis
Aqui no presidio quem domina é nós
Estamos dispostos a queimar projeto
Se vier de Temer nós vamos rasgar
Robinson De Farias vá se aquetar
O nosso comando não teme ninguém
Esbagaça tudo só fica o xerém
Pra jogar nas águas da beira do mar

ESCREVEU: HELENA BEZERRA.