sábado, 20 de maio de 2023

A ITÁLIA EXPORTOU EO BRASIL RECEBEU.


É natural de Pinzolo 

Uma pequena cidade

Encravada na montanha

Itália a localidade

Filho de Oscar e Claudina

Muito novo se destina

Buscar sua liberdade.


Os pais mostrava a verdade

Ele seguia o caminho

Tinha apenas um irmão

Para não viver sozinho

Ia com o pai a montanha

Era um menino sem manha

Esperto porém magrinho.


Com muito amor e carinho

A sua infância viveu

A mãe um doce em pessoa

Mas o pai sempre entendeu

Que precisava ser duro

E ninguém pulava o muro

Estando em comando seu.


Muito novo faleceu

Toda família sentiu

Claudina fez parceria

Com Jesus e assumiu

Seus filhos de coração

Seu foco era educação

O que pôde ela investiu.


Na escola alguém pediu

Pra cada aluno citar

A profissão que queria

Mas antes de terminar

Walter Collini gritou

E sua mão levantou

Quero missa celebrar.


Disse aquilo sem pensar

Pois era muito criança

Fixaram os olhos nele

Alimentaram esperança

Como palavras não cai

Foram a casa do pai

Que transmitiu confiança.


Ali o projeto avança

Trataram de programar

A saída do menino

Para em Trento morar

Partiu com o necessário

Ingressou no seminário

Sentindo a falta do lar.


As vezes ia chorar

E reverter desengano

Na turma que estudava

Por arte do soberano

Conseguiu um grande amigo

E nele encontrou abrigo

Por nome de Mariano.


Sempre passava de ano

Nunca era reprovado

Como era de costume

O colégio visitado

Por bispos do estrangeiro

Desta feita um brasileiro

Passou fazendo um chamado

                                                 

Era um caso a ser pensado

Mas Walter não esperou

Sentiu um impulso forte

Logo se prontificou

Quero ser aventureiro

Vou conseguir o dinheiro

E a trabalhar começou.


Nada lhe atrapalhou

Só pensava nas conquistas

Seu futuro no Brasil 

Colegas seminaristas

Se organizou direito

E acumulava no peito

Saudades dos alpinistas.


Passou pelas entrevistas

Lutou para conseguir

O dinheiro da passagem

Foi difícil adquirir

Não achava muito bom

Mas trabalhou de garçom

Para grana garantir.


Muito antes de partir

Decidiu vim pro nordeste

De padre o povo é carente

Chegando lá faço um teste

A Deus entrego meus planos

Para passar muitos anos

Minha esperança se veste.


A energia reveste

Walter para viajar

Já era órfão de pai

Foi muito forte deixar

A mãe e o seu irmão

Partia seu coração

Na hora de embarcar.


Sofria sem reclamar

Viajando em um navio

Com vários dias abordos

Enfrentando desafio

Com muito cansaço e dor

Para provar do calor 

Vinha fugindo do frio.


Quando atracou no Rio

O navio pioneiro

Era o Cristóvam Colombo

Neste solo brasileiro

Gente a perder de vista

No meio um seminarista

Que vinha do estrangeiro.


Desceu querendo um roteiro

Pra viajar pra Natal

Indicaram ele seguiu

Demorou muito afina

Pediu paciência a Jó

De lá para Mossoró

O seu trajeto final.


Lá na cidade do sal

Ele foi bem recebido

Dom Gentil Diniz Barreto

Antes tinha prometido

Que o qual estagiava

Em pouco tempo ordenava

Um presbítero garantido.


Depois do acontecido

Ele foi encaminhado

Assumir uma paróquia

Em um lugar adequado

Martins cidade serrana

Em um final de semana

Foi tudo realizado.


Só parece um combinado

Ou foi Deus que projetou

Ao lugar de melhor clima

Dom Gentil o encaminhou

Estando em terra estranha

Se sentia na montanha

Do lugar que se criou.


A Paróquia inaugurou

Sem saber a dimensão

Foi conhecendo aos poucos

Quando viu a extensão

Disse Deus me dê coragem

Sou de primeira viagem

Vá me dando a direção.


Pra sanar situação

E a Dom Gentil não faltar

Servia em Umarizal

Que estava a precisar

Padre era igual pepita

Mas aquela ação bonita

Ele pôde praticar.


Chegou pra lhe ajudar

Outro padre italiano

O Brasil muito carente

Por isso fazia plano

De tomar padre emprestado

Pra trabalhar empenhado

Pra servir o ser humano.


O papa do vaticano

Sabendo a necessidade

Idealizou projetos

 Deus fez a outra metade

Dando aos jovens vocação

Para aumentar a missão

Melhorando a qualidade.


Padre Walter na verdade

Como observador

Olhava a necessidade

Do povo mais sofredor

Arriscou a sua vida

Em prol da luta renhida

Do povo do Corredor.


Como Deus é protetor

A batalha foi vencida

Depois travou-se outra luta

E perseguição desmedida

Pela comunicação

Enfrentou revolução

Legalizou rádio vida.


O seu ponto de partida

Foi o cume da montanha

Que lhe ensinou vencer

Em situação estranha

Nunca se deu por vencido

Tudo que tem conseguido

Jesus Cristo o acompanha.


Mesmo com a cara estranha

Sentia a necessidade

Que o seu irmão passava

Ali  entrava a bondade

 Dava um anzol pra pescar

Ensinava a se virar

E mudava a realidade


Seu exemplo de verdade

Surtia grande respeito

Um homem de oração

E o crucifixo no peito

Que fez o livrar da morte 

Assaltado num transporte

Jesus agiu do seu jeito.


Tudo que é de direito

Ele procura fazer

Dorme tarde acorda cedo

Capricha no seu dever

Reza pela humanidade

Faz ação de caridade

Aquele que merecer.


Muito difícil entender 

Seu jeito de ser cristão

Planeja coloca em prática

Cura pela oração

Um verdadeiro ciclista

Sentindo falta de vista

Nunca erra a direção.


É padre por vocação

Já tem meio centenário

Do sim que ainda reina

Prazer extraordinário

O povo lhe felicita

Com uma festa bonita

Neste seu aniversário.


A Deus peço um centenário

Pra padre Walter viver

Fazendo programa ao vivo

Sempre ao amanhecer

Muita coisa interessante

Cada aniversariante

Tem um boi a receber.


Agora vou suspender

Já cumpri a minha meta

A outra história do padre

Descreveu cada poeta

Seu currículo é recheado

Meu lápis ficou cansado

De riscar em linha reta.


AUTORA: HELENA BEZERRA.