sábado, 29 de junho de 2019

INDO AO ENCONTRO  DELA

Saí  procurando ela
Na esquina da avenida
Na entrada na saída
Não tive notícia dela
Fui até uma viela
Onde tinha um barracão
Toda resposta era não
Outro destino tomei
Andei tanto que cansei
Sem obter solução.

Continuei procurando
Nos bares e nos cassinos
Homens,mulheres,meninos
Fui todos investigando
O que ia procurando
Saiu de circulação
Entrei até num salão
Só vi coisa de beleza
Senti minha alma preza
Com tanto trabalho em vão.

O rádio noticiou
Tá na universidade
Corri com velocidade
Por onde o povo ensinou
Falei com o diretor
Ele me deu permissão
Corrigi sala,salão
Diretoria,banheiro
Dela não tive roteiro
Tomei outra direção.

Voltei bem desenganado
Por não poder encontrar
Sentei na mesa dum bar
Chorando desesperado
Acendi um baseado
E tomei um bom pifão
Não tinha nem um tostão
Pra pagar esta despesa
Passei por baixo da mesa
E não dei satisfação.

Já quase desiludido
Entrei num aeroporto
Senti grande desconforto
Cabisbaixo arrependido
Andei que fiquei doído
Pedindo informação
E lá na recepção
Indicaram o rumo certo
Achei um portão aberto
Entrei até o porão

Lá eu fiquei espantado
Com latido da matilha
Resguardando a esquadrilha
Fiquei muito amedrontado
Olhava pra todo lado
Só via muito avião
Com a superlotação
Um comboio enfileirado
Com produto empacotado
Pra viajar pro Japão.

Descobri ela embarcada
Fiquei triste novamente
Agora com outra gente
Está vivendo entrosada
A maioria sem nada
Apela uma solução
E ela de avião
Viaja pro estrangeiro
Onde gera mais dinheiro
Nas ordens do capitão.

Helena Bezerra.






sexta-feira, 21 de junho de 2019




UM MATUTO FÃ DE POLÍTICO


Um trabaiador da roça
Disposto qui nem trator
Tinha uma grande famia
Tudim  era agricultor
Lutava a sumana inteira
No sabo ia pra feira
Saber de tudo o valor

Cuma tem gosto pá tudo
Ele sentia paxão
Pelas campanha pulítica
Pra dá sua opinião
E o candidato iscuiê
Pra seu voto oferecê
No dia da eleição.

No discorrê de setenta
Uma campanha estourou
O raido contava tudo
E aquele agricultor
Seu candidato iscuieu
Obrigava o povo seu
Votar onde ele votou.


Um dia ficou sabeno
Que seu candidato vinha
Inargurá um açude
Que im outo lugá tinha
Ele ficou animado
Ramo trabaiá drobado
Pra nós ir essa festinha

A turma ficou filiz
Deu pulo de alegria
Até um ora da tarde
O só quente qui duía
Ninguém num quis aimunçá
No sentido de andá
O apetite fugia.

As duas ora partiram
Pra chegá antes da ora
Quato légua de distânça
Iam de língua de fora
Serra a cima serra abaxo
Ainda fizero faxo
Dispôs do dia ir imbora.

Tudo a pé camiano
Cum sede fome e suado
Os pés iscorreno sangue
O coipo istrupiado
A noite iscuro trazia
Só tinha um que dizia
Ou passeio disgraçado.

Até que im fim chegaro
Cumprino todo trajeto
Era burburim danado
Ninguém num ficava queto
Com terra solta e poeira
Formaro uma barreira
Difice de chegar perto.

Se acomodaro im pé
Um som roco zuadano
E o pra lá e pracá
Do pessoá isperano
Os candidato chegá
E o cumilso cumeçá
Era só anunciano.

As dez da noite lá vem
Estrondo tremendo o chão
O povo paralisou
No mei da escuridão
Todo minino chorava
E o besourão  baxava
Jogano terra e torrão.

De dento dele saiu
Três ome de palitó
Levantano a mão po povo
Cum a tira no gogó
Um começou a falá
Dizia cuneu ganhá
Tudo aqui vai ser mió.

Paima e viva zuava
Tudo era munto animado
Até qui imfim falou
O candidato isperado
Ai houve foguetão
Preencheu o caminhão
O povo dipindurado.

Prometeu tudo de bom
Energia, água incanada
Trabaio pra todo mundo
Impresto sem pagar nada
Casa pra quem nada tem
E cesta básica também
Já está assegurada.

O ome cum a famia
Qui tanto se isforçou
Para vê o seu canidato
Nem perto dele chegou
Com a voz rouca dizia
Estou esperano o dia
Mode votar com o sinhô.

Terminano o falatório
Disse ele vamo negrada
A viagem é munto longe
Tá munto iscura a estrada
Coidado pra num cair
Esperte pra não drumir
É longe nossa jornada.

Um Xeleléu de pulitico
Disse vou mandar deixar
Tem carro a disposição
Pru eleitor carregá
O nosso partido é forte
Tem gasolina e transporte
A demora é só falar.

Foi tanta felicidade
Fluída naquela hora
Uvino aquela promessa
Maior ainda a demora
A paciência esgotou
Depois o cara chegou
Se ageite pra ir agora.

Lá vem vindo o estremeço
Dum trator véi de esteira
Uma carroça engatada
Incostou numa barreira
O tratorista abusado
Disse vão bem agarrado
Que ainda venho pra feira.

Cone imposição ficaro
O bicho deu arrancada
O engate era três metros
Deixando bem afastada
A carroça do trator
A zuada do motor
Estremecia a estrada.

A voz do home bradava
Como é bom andar de carro
Se num fosse meu pulitico
Nós ia amassano barro
Purisso qui dou valor
Vou morrer seno eleitor
Quem falar dele eu amarro.

A estrada esburacada
Toda de mato coberta
A cipoada na cara
Deixava a mundiça esperta
Maicava o rumo e discia
E nouto morro subia
E o medo em todos aperta.

As sete hora do dia
A viagem terminou
Batêro toda puêra
Ninguém nada recramou
Fôro tudim pro roçado
O véio ficou deitado
Pruque num aguentou.

Os fi quiria dizer
Qui tava cum munto sono
Mais num tivero corage
Fôro trabaiá tombano
Uma ressaca daquela
Ninguém num esquece ela
Mesmo viveno cem ano.


Autora ;HELENA BEZERRA.













segunda-feira, 3 de junho de 2019


DEBATE:PRESIDENTE E EDUCAÇÃO


E-Porque senhor presidente
    Feriu a educação
    Apunhalou pelas costas
   Chocou a nossa nação
Desestimulou os jovens
Seguir sua vocação

P-É pra economizar
Dinheiro pros marajás
Educação é desastre
Estudo não satisfaz
Povo educado só presta
Para nos botar pra trás

E-Um país se desenvolve
Quando tem educação
Alimentando o progresso
Estimulando a nação
A gerar emprego e renda
Pravida do cidadão

P-Pobre não precisa estudo
Gastar com pobre é besteira
Só tem dado prejuizo
A política brasileira
Até no bolsa família
Eu vou dar uma rasteira

E-A educação precisa
De muitos investimentos
Para instruir os jovens
Que visam conhecimentos
Pra ter uma vida dígna
Frutos dos ensinamentos

P-O pior erro do mundo
Foi dar oportunidade
A pobre fazer ENEM
E entrar na faculdade
Até os negros tiveram essa
Essa oportunidade

E-país sem educação
Não há desenvolvimento
Tudo é desorganizado
Povo sem conhecimento
Vira massa de manobra
Nas mãos de sanguinolento

P-Os jovens são idiotas
Não tem pra que estudar
As verbas adquiridas
Tenho pra onde enviar
Educação é um verme
Só faz nos prejudicar.

E-Educação é a base
Que sustenta uma nação
Sem ela desaba tudo
O jovem perde a noção
É convidado a entrar
Na droga sem solução

P-A melhora do país
Já está no meu projeto
Um fuzil em cada casa
Já publiquei no decreto
Todos com arma de fogo
Do avô até o neto

E-Violência é combatida
Onde existe educação
Ensino de qualidade
É a melhor solução
Pra combater os corruptos
Que distroe nossa nação

P-Preciso de cortar gastos
Pra meu governo crescer
Saúde e educação
De verbas pode esquecer
Vou juntar muito dinheiro
Para me reeleger

E-Vou continuar lutando
Pra vê o povo educado
Com direitos e deveres
Cada um executado
Isso vem acontecendo
Em país civilizado

P-Político só tem vantagem
Quando é bem escolhido
Ai de mim se este povo
Fosse bem esclarecido
Mesmo fazendo chantagens
Ainda tinha perdido

E-Quero vê este país
Seus filhos valorizando
Excluindo o preconceito
A igualdade implantando
E o analfabetismo
Toda pesquisa zerando

Vou parar este debate
Já perdi tempo de mais
A minha ideia não muda
O que fiz ninguém desfaz
Bancar estudo pra pobre
Não são os meus ideais.

Por Helena Bezerra.