Cumera tudo difice
Naquele tempo de outrora
Nicassa tinha um ticido
Qui durou mais duma hora
Pelejano prar cortar
Quage a tizoura num tora
Fêz um lençó qui midia
Três metro de cumprimento
Cum dois e mei de laigura
Só era munto caspento
No fri sirvia de capa
Pá tudo sinfiar dento
Era Nicassa e Nabor
Batailano todo dia
Tinha um bucado de fie
O de cumê consiguia
Mais o de vistir fartava
Praquela grande famia
O uso desse lençó
Já tava cum cinco ano
Nicassa por precisão
Na mente chegou um prano
De recortar o lençó
Grande pedaço de pano
Fêz uma cauça pá Chico
Um vistido pá Toinha
Uma camisa pá Neco
Uma saia pá Zefinha
Um caução pá putifá
Uma brusa pá Netinha
Foi tanta filicidade
E pulo de alegria
Um obrigado mamãe
Tão auto chega zinia
Botava roupa e tirava
Guardava e depois vistia
.
Toinha era mais filiz
Pruque já era mocinha
Nunca saía de casa
Pois vivia de caucinha
Feita de saco de açúcar
Ou de saco de farinha
Cum esse único vistido
Toinha se divirtiu
Foi pá novena,pá missa
Até canturia viu
Enum jogo de aigorinha
Um namoro adquiriu.
Toda vêz quela saía
Evitava se sentar
Os acentos tinha prego
E pudia ripuxá
O ticido do vistido
Quela tinha pá usá.
O coidado era maior
Cono o vistido lavava
Na sombra dum juazeiro
Um varal improvisava
Cumo já era fubento
O sol quente disbotava.
Toinha superou tudo
Essa crise foi imbora
Já conta mais de noventa
Guarda tudo na memora
O bom mermo é cunhecer
Ela contano a estóra.
HELENA BEZERRA.
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