Dei um mergulho na fonte
Aonde estava guardado
Papéis escritos a mão
Pelo tempo amarrotado
Num baú nos camarins
Da paróquia de Martins
Tinha fato registrado
A leitura fui fazendo .
Com pouco de atenção
São cento e oitenta anos
Do ato da criação
Da paróquia abençoada
De Pau dos Ferros desmembrada
Foi grande a evolução.
Ocorreu quando Martins
A Portalegre pertencia
Foi um marco na história
E a política que existia
Lutou com severidade
Com nome Maioridade
Outra cidade nascia.
Pra não esquecer o feito
Do fundador da capela
Francisco Martins Roriz
Que tanto zelou por ela
Denominou-se Martins
Daqui até os confins
Ninguém mexe em nome dela.
Natural do Ceará
Homem de bom coração
Era católico fiel
Amava a religião
Com muita fé e coragem
Colocou uma imagem
Da virgem da Conceição.
Quando a paróquia nasceu
Em meio a dificuldade
Nem estrada nem transporte
Só o poder da vontade
Dos padres dado por Deus
Pra atender os fiéis seus
Naquela comunidade.
Padre Pedro e Gonçalo
Os primeiros a assumir
As tarefas da paróquia
Na intenção de servir
A cada paroquiano
Na vida do ser humano
A palavra interagir.
Eles eram capelãs
Com responsabilidades
Prestavam cultos divinos
Em outras comunidades
Subiam serras e desciam
Os trabalhos que exerciam
Eram por necessidades.
Na saída deles veio
O seu vigário primeiro
Padre Antonio de Souza
Dedicou-se por inteiro
Quatro décadas mais três anos
Amava aos paroquianos
Tinha pavor a dinheiro.
Posterior foi o padre
Chamado de Valentim
Expandiu os seus trabalhos
Desceu serra e foi a fim
De fundar outra capela
E a comunidade dela
Ao projeto disse sim.
Era em Serrinha dos Pintos
Onde se concretizou
A fundação da capela
O povo todo ajudou
Do idoso ao pivete
Senhora de Lá Salete
Imagem que colocou.
Foi a vez de padre Carlos
Que tenho recordação
Prestando muito serviço
A toda esta região
Em um cavalo montado
Muitas vezes acompanhado
Pelo um certo sacristão.
Alvo de olhos azuis
A missa era em Latim
O povo nada entendia
Eu no meio pensava assim
Que todo mundo era santo
Quando entoava um canto
Via o céu perto de mim.
O padre José do Vale
Foi o que me batizou
José Zilmar de Andrade
O seu carisma implantou
Padre Walter padre Guido
A dupla que fez sentido
Guido foi Walter ficou.
Padre Walter muito jovem
Quando a paróquia assumiu
Com muitos sonhos e projetos
A igreja reuniu
Muitas equipes formou
Como administrador
Seu trabalho evoluiu.
Seu maior objetivo
Era evangelização
Trouxe irmãs pra ajudar
No papel de formação
Colocou rádio no ar
Tudo fez pra conservar
Boa comunicação.
Deu expansão a paróquia
Os pólos organizava
Sentia sede nos jovens
Aqui acolá lançava
Uma rede pra pescar
Quando ia despescar
Uns dois ou três encontrava.
Na matriz e nas capelas
Fazia uma seleção
Cada qual se destinava
Assumir com precisão
Dentro da comunidade
Mais de uma atividade
A serviço da missão.
Seu trabalho era incansável
Não só com a religião
Com meio social
Tinha preocupação
Seu intento era ajudar
Do carente melhorar
A sua situação.
Depois de trinta e seis anos
Fez a sua despedida
Mas o povo de Martins
Não saiu da sua vida
Nem ele saiu do povo
Vai e vem volta de novo
A passagem é garantida.
Quando ele saiu entrou
Um fruto que foi brotado
Através da catequese
Por Walter incentivado
Padre Possídio assumiu
E o trabalho prosseguiu
Dando conta do recado.
O clima foi muito tenso
O povo ainda abalado
Possídio muito dinâmico
Fez triste ser animado
E assim continuou
O povo colaborou
Foi ótimo aprendizado.
Quando assembléia fazia
Em nível paroquial
De todas comunidades
Reunia o pessoal
E cada grupo que ia
Uma proposta fazia
Pra discutir no final.
Criou-se o CPP
Um conselho eficiente
Todo mês se reunia
Em um local diferente
Da paróquia o andamento
Prestando esclarecimento
Deixando bem transparente
No calendário anual
Houve uma alteração
Entrou as comunidades
Também por obrigação
Todo mês celebrar missa
Fieis que não tem preguiça
Pulou de satisfação.
Pra ajudar nos trabalhos
Padre Iraildo chegou
Ombro a ombro com Possídio
Um período trabalhou
Amava a zona rural
Conquistava o pessoal
No lugar que ele passou.
Depois que saiu Possídio
Assumiu padre Dian
Um jovem porém careca
A juventude era fã
De tudo que ele fazia
Na palavra transmitia
A força dum talismã.
Portador do evangelho
Quem tem cuidado não erra
Não deixava a desejar
Luiz Gomes sua terra
Padre muito animador
Foi ele o fundador
Do evento Exalta-Serra.
Saiu deixando os fiéis
Seguiu por outro caminho
Uns choravam outros sentiam
No coração um espinho
O bispo não apanhou
Porque praqui enviou
Nosso querido Netinho.
Padre Netinho superou
Aquela situação
Conquistou todos fiéis
Com sua voz de trovão
Os doentes visitava
E a palavra pregava
Acenando com a mão.
Talento tinha sobrando
Coragem não lhes faltava
Cumpria com o roteiro
Que a paróquia elaborava
Entre capela e matriz
Missionário feliz
Idade não afetava.
Com a Área Pastoral
O trabalho triplicou
O padre de Alexandria
Com muito gosto ajudou
A trilhar o seu caminho
E assim padre Netinho
O seu serviço prestou.
O bispo vendo Netinho
Em ritmo acelerado
Precisando de descanso
Passou a noite acordado
Rezou pedindo a Jesus
Que lhe mostrasse uma luz
E o destino a ser traçado.
A solução foi Wescley
Que lhe respondeu assim
Dom Mariano estou pronto
Vou substituir Netim
Força fé e alegria
Um turbilhão de energia
Se mexe dentro de mim.
Quando foi comunicado
Netinho não hesitou
Pensou na sua saúde
Outra paróquia abraçou
Wescley a serra subiu
E a paróquia assumiu
Foi Deus quem lhe confiou.
Quando recebeu a chave
Ajoelhou-se no chão
Fitou os olhos no céu
Abriu o seu coração
A alma o corpo fascina
Recebeu bençãos divina
Da virgem da Conceição.
Já completaram dois anos
Que este peso conduz
Em todas as dimensões
Deus manda um anjo de luz
Iluminar seu caminho
Acompanhado ou sozinho
Seu protetor é jesus.
Finalizando o cordel
Quero parabenizar
Paróquia e paroquianos
E o padre que agora estar
Assumindo esta missão
E a virgem da Conceição
Pra todos abençoar.
Autoria de Helena Bezerra.