É natural de Pinzolo
Uma pequena cidade
Encravada na montanha
Itália a localidade
Filho de Oscar e Claudina
Muito novo se destina
Buscar sua liberdade.
Os pais mostrava a verdade
Ele seguia o caminho
Tinha apenas um irmão
Para não viver sozinho
Ia com o pai a montanha
Era um menino sem manha
Esperto porém magrinho.
Com muito amor e carinho
A sua infância viveu
A mãe um doce em pessoa
Mas o pai sempre entendeu
Que precisava ser duro
E ninguém pulava o muro
Estando em comando seu.
Muito novo faleceu
Toda família sentiu
Claudina fez parceria
Com Jesus e assumiu
Seus filhos de coração
Seu foco era educação
O que pôde ela investiu.
Na escola alguém pediu
Pra cada aluno citar
A profissão que queria
Mas antes de terminar
Walter Collini gritou
E sua mão levantou
Quero missa celebrar.
Disse aquilo sem pensar
Pois era muito criança
Fixaram os olhos nele
Alimentaram esperança
Como palavras não cai
Foram a casa do pai
Que transmitiu confiança.
Ali o projeto avança
Trataram de programar
A saída do menino
Para em Trento morar
Partiu com o necessário
Ingressou no seminário
Sentindo a falta do lar.
As vezes ia chorar
E reverter desengano
Na turma que estudava
Por arte do soberano
Conseguiu um grande amigo
E nele encontrou abrigo
Por nome de Mariano.
Sempre passava de ano
Nunca era reprovado
Como era de costume
O colégio visitado
Por bispos do estrangeiro
Desta feita um brasileiro
Passou fazendo um chamado
Era um caso a ser pensado
Mas Walter não esperou
Sentiu um impulso forte
Logo se prontificou
Quero ser aventureiro
Vou conseguir o dinheiro
E a trabalhar começou.
Nada lhe atrapalhou
Só pensava nas conquistas
Seu futuro no Brasil
Colegas seminaristas
Se organizou direito
E acumulava no peito
Saudades dos alpinistas.
Passou pelas entrevistas
Lutou para conseguir
O dinheiro da passagem
Foi difícil adquirir
Não achava muito bom
Mas trabalhou de garçom
Para grana garantir.
Muito antes de partir
Decidiu vim pro nordeste
De padre o povo é carente
Chegando lá faço um teste
A Deus entrego meus planos
Para passar muitos anos
Minha esperança se veste.
A energia reveste
Walter para viajar
Já era órfão de pai
Foi muito forte deixar
A mãe e o seu irmão
Partia seu coração
Na hora de embarcar.
Sofria sem reclamar
Viajando em um navio
Com vários dias abordos
Enfrentando desafio
Com muito cansaço e dor
Para provar do calor
Vinha fugindo do frio.
Quando atracou no Rio
O navio pioneiro
Era o Cristóvam Colombo
Neste solo brasileiro
Gente a perder de vista
No meio um seminarista
Que vinha do estrangeiro.
Desceu querendo um roteiro
Pra viajar pra Natal
Indicaram ele seguiu
Demorou muito afina
Pediu paciência a Jó
De lá para Mossoró
O seu trajeto final.
Lá na cidade do sal
Ele foi bem recebido
Dom Gentil Diniz Barreto
Antes tinha prometido
Que o qual estagiava
Em pouco tempo ordenava
Um presbítero garantido.
Depois do acontecido
Ele foi encaminhado
Assumir uma paróquia
Em um lugar adequado
Martins cidade serrana
Em um final de semana
Foi tudo realizado.
Só parece um combinado
Ou foi Deus que projetou
Ao lugar de melhor clima
Dom Gentil o encaminhou
Estando em terra estranha
Se sentia na montanha
Do lugar que se criou.
A Paróquia inaugurou
Sem saber a dimensão
Foi conhecendo aos poucos
Quando viu a extensão
Disse Deus me dê coragem
Sou de primeira viagem
Vá me dando a direção.
Pra sanar situação
E a Dom Gentil não faltar
Servia em Umarizal
Que estava a precisar
Padre era igual pepita
Mas aquela ação bonita
Ele pôde praticar.
Chegou pra lhe ajudar
Outro padre italiano
O Brasil muito carente
Por isso fazia plano
De tomar padre emprestado
Pra trabalhar empenhado
Pra servir o ser humano.
O papa do vaticano
Sabendo a necessidade
Idealizou projetos
Deus fez a outra metade
Dando aos jovens vocação
Para aumentar a missão
Melhorando a qualidade.
Padre Walter na verdade
Como observador
Olhava a necessidade
Do povo mais sofredor
Arriscou a sua vida
Em prol da luta renhida
Do povo do Corredor.
Como Deus é protetor
A batalha foi vencida
Depois travou-se outra luta
E perseguição desmedida
Pela comunicação
Enfrentou revolução
Legalizou rádio vida.
O seu ponto de partida
Foi o cume da montanha
Que lhe ensinou vencer
Em situação estranha
Nunca se deu por vencido
Tudo que tem conseguido
Jesus Cristo o acompanha.
Mesmo com a cara estranha
Sentia a necessidade
Que o seu irmão passava
Ali entrava a bondade
Dava um anzol pra pescar
Ensinava a se virar
E mudava a realidade
Seu exemplo de verdade
Surtia grande respeito
Um homem de oração
E o crucifixo no peito
Que fez o livrar da morte
Assaltado num transporte
Jesus agiu do seu jeito.
Tudo que é de direito
Ele procura fazer
Dorme tarde acorda cedo
Capricha no seu dever
Reza pela humanidade
Faz ação de caridade
Aquele que merecer.
Muito difícil entender
Seu jeito de ser cristão
Planeja coloca em prática
Cura pela oração
Um verdadeiro ciclista
Sentindo falta de vista
Nunca erra a direção.
É padre por vocação
Já tem meio centenário
Do sim que ainda reina
Prazer extraordinário
O povo lhe felicita
Com uma festa bonita
Neste seu aniversário.
A Deus peço um centenário
Pra padre Walter viver
Fazendo programa ao vivo
Sempre ao amanhecer
Muita coisa interessante
Cada aniversariante
Tem um boi a receber.
Agora vou suspender
Já cumpri a minha meta
A outra história do padre
Descreveu cada poeta
Seu currículo é recheado
Meu lápis ficou cansado
De riscar em linha reta.
AUTORA: HELENA BEZERRA.