domingo, 17 de fevereiro de 2013

VAMOS VIVER CONVIVENDO COM A DISCRIMINAÇÃO


Sendo  obeso se revolta
Quando alguém fita o olhar
Se for numa festa volta
Antes dela se findar
Odeia uma balança
O que mais cresce é a pança
Parece está estufado
Come sem moderação
Na sua concepção
Se acha discriminado

O homem que é poeta
Observa pensa e cria
Qualquer assunto interpreta
Desenvolve em poesia
Uns vive a vida cantando
Outros vivem declamando
Os seus trabalhos rimados
A maioria esquece
Que o poeta merece
Nunca ser discriminado

O drogado dependente
Da paz é destruidor
Desrespeita o ambiente
As vezes causa terror
Pede, engana e mente
Assalta e mata gente
Pelo vício é dominado
Se for tratado tem jeito
Mesmo mostrando respeito
É muito discriminado

O aidético está sendo
Pela saúde atendido
Quando ele fica sabendo
Que do vírus é atingido
Entristece  e se agita
Sua mente fica aflita
Quando é examinado
O médico lhe faz feliz
Mas o povo encara e diz
Este está discriminado

Aquele que é bandido
Vive no mal apostando
Nunca se dar por vencido
Por isso vive esperando
Um golpe certeiro dar
Ao próximo prejudicar
Nunca se acha culpado
Um dia ele é destruído
Grita o povo enfurecido
Morreu um discriminado

A criança é obra prima 
Do autor da criação
Merecida de estima
Amor e dedicação
Muitas são abandonadas
Por sua mães desprezadas
Aqui ou em outro estado
Trabalho tem sido feito
Pelejando pra dar jeito
A quem é discriminado

O professor é um ente 
Diferente entre os demais
Jesus sabe e ele sente
Fazendo encontros com pais
Dizem não posso ajudar
Ao meu filho estudar
Porque não sou preparado
Aguentem por favor
Até o governador
Faz ele discriminado

O matuto é agregado
De costume e tradição
Fala de terra e de gado
Gosta de tomar pifão
É rústico seu linguajar
Se por acaso estudar
Ainda fala errado
Tem professor que critica
Desse jeito o pobre fica
Na aula discriminado

O fumante é defensor
Dos males que o fumo faz
Prejudicado com dor
Afirma estou bem demais
Fumando muito e tossindo
E a fumaça cobrindo
Quem está aproximado
Quem toma vergonha deixa
Pois muita gente se queixa
Fumante é discriminado

O idoso representa
Uma história de vida
A muitos ele comenta
Minha existência é sofrida
Nada foi fácil pra mim
Já estou chegando ao fim
Por Deus eu sou castigado
Fico num canto sozinho
Ouço alguém dizer baixinho
Idoso é discriminado

Se você é portador
De uma deficiência
Já tem projeto a favor
O que falta é competência
Para o projeto exercer
E o deficiente ser
Em todo lugar tratado
Sem excluir seu direito
Mas sempre tem um sujeito
Que o julga discriminado

O pobre é excluído
No meio da sociedade
É taxado de metido
Perto de autoridade
Mesmo o governo ajudando
Tem muita gente negando
Seu direito conquistado
Nos projetos sociais
O Bolsa custa demais
Porque é discriminado

A mulher evoluiu
Na luta e no pensamento
Da cozinha ela saiu
Com marca de sofrimento
Quebrou cabresto e corrente
Lutou pra ser consciente
Mesmo fazendo zoada
Tirou macho do poder
Mas ele implica em dizer
Mulher é discriminada

O cachaceiro é um traste
Sem vergonha e sem futuro
Desejam até que o craste
Pra não produzir impuro
No bar ele é um imundo
Na rua um vagabundo
Por todos ignorado
Em casa a mulher implora
Meu amor você lá fora
É muito discriminado

A polícia militar
Por mais que seja treinada
Uns começam criticar
Que sua luta é errada
Não usam educação
No momento da prisão
Prende até inocentado
Só faz assim diz o povo
Este policial novo
É todo discriminado

O negro tem um perfil
De lutar com perfeição
Pode se virar em mil
Mas não muda a opinião
E nem a compreensão
Do branco mal informado
Sendo todo mestiçado
Abre sua boca e diz
Aqui no nosso país
O negro é discriminado

O homem agricultor
É repleto de esperança
Um inverno promissor
Aguarda com confiança
Planta antes de chover
Confia que vai colher
E muitas vezes dar errado
Procura uma solução
Cansado de ouvir não
Se acha discriminado

O homossexual
Na luta tem avançado
Vivendo como casal
Por lei já foi aprovado
Adotar uma criança
No dedo por aliança
Com compromisso selado
Sendo um ao outro fiel
Registrado no papel
Ainda é discriminado

O alfaiate é um ente
Que luta para agradar
Mede traça corta e sente
O gosto de costurar
Aceita fazer recortes
De roupa fina e esportes
Faz a dinheiro e fiado
Zela bem cada cliente
Mas tem um tipo de gente
Que o faz discriminado

Pra que discriminação
Quando só temos um pai
Zombar do próprio irmão
Todo poderoso cai
Vamos unidos viver
A Jesus obedecer
Pra poder ser perdoado
Quem errar peça perdão
E diga de coração
Não sou mais discriminado



HELENA BEZERRA





Nenhum comentário:

Postar um comentário