UMA AFLIÇÃO PASSAGEIRA
Numa manhã de novembro
Houve movimentação
Lá no Morro do Pimenta
Não ficou um só cristão
Que não corresse gritando
Meu Deus isso é explosão
Era um estrondo no ar
Que a Terra estremecia
Um corria outro gritava
Uma idosa se benzia
Meu Deus é o fim do mundo
Bem que meu avô dizia
Outro gritava dizendo
É o mundo se acabando
Os anjos vem com os fachos
Fogo no mundo tocando
Vamos morrer sem
perdão
As trombetas estão chamando
Um disse isso é a Terra
Que começou a tremer
Cada qual apavorado
Não sabia o que fazer
Subia o Morro e descia
Vendo a hora enlouquecer
Um ancião já demente
Ficou pedindo socorro
Me acuda povo safado
Me retire deste Morro
Eu quero viver ainda
Se me deixarem eu morro
Uma velhinha cansada
Subiu o Morro rezando
Um litro de água benta
Pra todo lado jogando
A multidão se acalmou
E no chão foi se assentando
Desceram vinte pessoas
De cima de uma mangueira
Voltaram todas as crianças
Cheias de terra e poeira
Perderam até os chinelos
Embalados na carreira
Depois tiveram a certeza
Do que estava acontecendo
Os soldados do
exército
Um treinamento fazendo
E os aviões de combates
Subindo e depois descendo
Quando cessou o terror
Fizeram uma oração
Por todos ter escapado
Daquela situação
Agradeceram a Deus
Ajoelhados no chão.
Ajoelhados no chão.
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