terça-feira, 12 de novembro de 2013

UMA AFLIÇÃO PASSAGEIRA

UMA AFLIÇÃO PASSAGEIRA

Numa manhã de novembro
Houve movimentação
Lá no Morro do Pimenta
Não ficou um só cristão
Que não corresse gritando
Meu Deus isso é explosão

Era um estrondo no ar
Que a Terra estremecia
Um corria outro gritava
Uma idosa se benzia
Meu Deus é o fim do mundo
Bem que meu avô dizia

Outro gritava dizendo
É  o mundo se acabando
Os anjos vem com os fachos
Fogo no mundo  tocando
Vamos  morrer sem perdão
As trombetas estão chamando

Um disse isso é a Terra
Que começou a tremer
Cada qual apavorado
Não sabia o que fazer
Subia o Morro e descia
Vendo a hora enlouquecer

Um ancião já demente
Ficou pedindo socorro
Me acuda povo safado
Me retire deste Morro
Eu quero viver ainda
Se me deixarem eu morro

Uma velhinha cansada
Subiu o Morro  rezando
Um litro de água benta
Pra todo lado jogando
A multidão se acalmou
E no chão foi se assentando

Desceram vinte pessoas
De cima de uma mangueira
Voltaram todas as crianças
Cheias de terra e poeira
Perderam até os chinelos
Embalados na carreira

Depois tiveram a certeza
Do que estava acontecendo
Os soldados do  exército
Um treinamento fazendo
E os aviões de combates
Subindo e depois descendo

Quando cessou o terror
Fizeram uma  oração
Por todos ter escapado
Daquela situação
Agradeceram a Deus
Ajoelhados no chão.








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