terça-feira, 13 de maio de 2014

RECORDANDO A ESCRAVIDÃO


RECORDANDO A ESCRAVIDÃO


Quando os português chegaram
Nesta terra brasileira
Exploraram agricultura
Atividade primeira
Todos com maior empenho
O chefão senhor de engenho
Comandava a cabroeira

Lavoura canavieira
A primeira plantação
A mão de obra era pouca
Pra fazer manutenção
Foram na África buscar
Os negros pra trabalhar
E sofrer humilhação

Era uma exploração
Na compra desses escravos
Pouco dinheiro e cachaça
Pimenta do reino e cravos
Eram recursos trocados
E no navio jogados
Só porque não eram alvos

Muitos já chegavam calvos
Na quentura do porão
Daquele transporte horrendo
Sem uma ventilação
Muitos dias sem comer
Chegavam até perecer
A falta de água e pão

Essa era a situação
Da vinda desses coitados
Quem escapava ia ser
Pelos os patrões explorados
Com mão de obra barata
Eles transformavam mata
No que fosse orientados

Na senzala eram açoitados
Se não cumprissem o dever
Maltratavam castigavam
Não davam nem o comer
Era grande a tirania
Assim era o dia a dia
Só aumentavam o sofrer

Alguém quis reconhecer
Aquele sofrer cruel
Foi no segundo reinado
Que a princesa Izabel
Aquela lei assinou
Nenhum plano elaborou
Manchando aquele papel

Foi uma ação infiel
Aquela libertação
Saíram sem endereços
Sem rumo sem profissão
Foram povoar favelas
Reféns dos castigos delas
Sem nenhuma punição.

A história tem ação
Que a princesa praticou
Criou fama fez sucesso
Na prática só piorou
A senzala continua
Todo mendigo de rua
Um pouco dela herdou.

Helena Bezerra.
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