QUANDO CHOVE NO SERTÃO
O nordeste tem um clima
Propício para o verão
Sempre abaixo da média
Quem diz é a previsão
Mas Deus vai abastecer
Esta nossa região
Quando manda chuva grossa
Enche os mananciais
Cachoeiras e açudes
Rios transbordam nos cais
E a natureza festeja
Nos cantos dos sabiás
O sertanejo aproveita
Para fazer o plantio
De milho feijão e fava
O arroz é no baixio
Aonde água encosta
Perto da margem do rio
A cacimba soterrada
Sangra poço e cacimbão
O córrego levando água
Sem saber a direção
Essas senas são constantes
Quando chove no sertão
O capim cresce ligeiro
O mata-pasto também
Carão anuncia enchente
No outro dia ela vem
Sapo canta noite inteira
Foi não foi sem vê ninguém
Se a passarada pudesse
Fazer sua orquestração
As quatro da madrugada
Era a melhor diversão
Despertando o sertanejo
Do nosso amado sertão
Estas frágeis criaturas
São constantes ameaçadas
Os predadores os perseguem
As presas são sufocadas
Sem ter direito voar
São presas encarceradas
O agricultor é o astro
Que brilha na natureza
Sua fé se move viva
Como uma luz acesa
Quando ele planta diz:
Tem colheita com certeza
Os grupos dos animais
Fazem festa de alegria
Quando a chuva caí e rola
Principalmente de dia
Da formiga ao boi de carga
Do mosquito até a jia
Nuvens escuras se formam
Por baixo relampejando
O trovão pai da coalhada
A chuva anunciando
E os sertanejos felizes
O temporal esperando
Quando chega faz efeito
Os rolos de água no chão
Muda a cor dos vegetais
Enche poço e cacimbão
E as cachoeiras zoando
Embelezando o sertão
A cantiga do carão
Parece uma serenata
O pirilampo voando
Vai iluminando a mata
E o tatu sai da toca
Para olhar a catarata
Não faltando no sertão
Chuva boa todo dia
A colheita é garantida
Toda lavoura é sadia
E o sertanejo festeja
Repleto de alegria
Viva o sertão terra boa
Do Nordeste o coração
Que mantém acumulada
A cultura a tradição.
E esbanja quando chega
A festa de São João
Nordestino agricultor
É honesto firme forte
Planta no seco espera
Confia sempre na sorte
Homem assim tem aqui
No Rio Grande do Norte .
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