sábado, 19 de março de 2016

REVOLTA SOBRE O MOSQUITO




No contorno vai e vem                                                      
Dividino sul e norte
Dois cumpade sincontraro
Cunversaro sobre a sorte
Foram irmiunçá a vida
Sintino medo da morte

Cumpade Féli dizia
A situação tá rim
Sai da minha morada
Me acho sofreno assim
Prumode um tá de musquito
Qui tá ofendeno a mim

Eu fiz o mermo cumpade
Minha casa abadonei
A televisão fuxica
Cum isso me amedrontei
Pra num dá gosto a musquito
Tudo qui tinha deixei

Cumpade Beto e rocê
Já sabe pra onde vai?
Tô sem distino tombem
Vem um pensamento e sai
Só qui peste de musquito
Purriba de mim num  cai

O mundo tá azavesso
O musquito é o chefão
Os políticos lá de riba
O Papa a religião
Se curva a esse musquito
Ele tem pudê do cão

É tanta coisa absurda
Deste peste enfurecido 
Vários tipos de doença
Purele é transmitido
Pru causa desse nojento 
Munta gente tem morrido

A dengue deixa o sujeito
Cum febre e apatacado
A chicugunha é as junta
Todo osso é imperrado
A zica impurra um bicho
Qui deixa o coipo estragado

O bicho sobe furano
Pele fina pele dura
Cone a muié tá buxuda
Cum o feto se mistura
Rompe o últero e a plascenta
E o crânio do bebê fura

Rumbora seguir viagem
Ramo andá até chegá
Num canto sem ter musquito
Nem tv nem celulá
Saí pra num dá nutiça
Nem mermo ino a puliça
Num faz a gente vortá

HELENA BEZERRA

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