Senti a necessidade
Para versar um cordel
Fui relembrar um passado
Misturei doce com fel
A vitória veio a tona
E registrei no papel.
Como abelha no vergel
Eu amanhecia o dia
O som vibrante do rádio
Transmitindo cantoria
Aquelas vozes sonoras
Me despertava alegria.
Cada canção que ouvia
Com rapidez decorava
Ficava balbuciando
Quando na roça chegava
Sem errar nenhuma estrofe
A mesma canção cantava.
Aquilo me despertava
A uma forte atenção
Pra descobrir a leitura
Vibrar de satisfação
Lendo as primeiras palavras
Em um cordel de cancão.
Até chorei de emoção
Pulando em toda altura
Cada verso cada estrofe
Ia fazendo a leitura
Decorava e declamava
Sem entender de cultura.
Fazia uma mistura
Entre cartilha e cordel
Matutava a diferença
Comparava no papel
Permanecia na dúvida
Ou sentimento cruel.
Desenhava com pincel
As figuras que gostava
Em outro papel a parte
As estrofes copiava
Depois de memorizar
Para os outros declamava.
O som era associado
Com o som da cantoria
As estrofes de cordel
Eu cantava todo dia
Programava bem o tempo
E bem antes aprendia.
O meu peito se enchia
De muita satisfação
De vez enquanto chegava
Um sopro de inspiração
Por eu não saber usar
Tomava outra direção.
Por força da emoção
Resolvi logo escrever
A minha primeira estrofe
Movida pelo prazer
Gastei uns poucos minutos
Pra tarefa resolver.
Insegura sem querer
A minha estrofe mostrar
Por não ter conhecimento
E os outros me vaiar
Permanecia em silêncio
Com medo de publicar.
Pro meu ego aquietar
Convidei em um momento
Um poeta para ver
Se tinha algum fundamento
Depois da análise feita
Me deu nota cem por cento.
Ali foi o nascimento
Do gosto de escrever
O incentivo é a luz
Que ilumina o prazer
Nas entrelinhas da vida
Rabiscava sem saber.
Demorei pra entender
O sabor da poesia
Sendo portadora dela
Sua presença não via
Se a inspiração chegava
De qualquer forma saía.
De todo jeito fazia
Verso até de pé quebrado
Métrica rima e oração
No poema colocado
Tudo feito sem saber
O seu significado.
Saía certo e errado
Jogando fora e rasgando
Sem ter perspectivas
Alguns ía aproveitando
Perdi tanta poesia
Hoje choro me lembrando.
Depois fui organizando
Em um baú de madeira
Todos fora da sequência
Coberta pela poeira
Meu carrossel de esperança
Parou a sua carreira.
Descobri minha besteira
Com mais um ano pra frente
Quando a inspiração chegava
Fervilhando minha mente
Me dava uma sensação
Que eu precisava ser gente.
Em forma de uma vertente
A poesia chegava
No embalo da visita
Ela impulsionava
A escrever novamente
Sua ordem eu aceitava.
Tudo que eu projetava
Se tornou interessante
Poemas ficavam prontos
O trabalho era constante
A fim de editar um livro
Mas a grana era distante.
Tudo mudou no instante
Que a família resolveu
Contribuir com valores
Nada mais interrompeu
Com menos de vinte dias
Meu livro apareceu.
O movimento se deu
Na pressa de publicar
A data do natalício
Pra junto comemorar
O aniversário e a obra
Momento espetacular.
Valeu apena sonhar
E apostar no futuro
A família reuniu-se
Fez um projeto seguro
''CAUSOS EM VERSOS CONTADOS''
Saiu do seu lado escuro.
Comodismo e sem futuro
Atrasa quem quer crescer
Por isso procure meios
Faça a coisa acontecer
Corra atrás do seu sucesso
O resultado é vencer.
Para restabelecer
O que estava precisando
Envolveu-se muitas mãos
Umas as outras ajudando
O fruto fruiu e hoje
Tem muita gente gostando.
Com a galera aceitando
Foi feita a publicação
Em uma noite festiva
Com poetas no salão
Um show que ficou marcado
Em cada um coração.
Presente a população
Nessa noite de cultura
Um grande show atraente
Que teve muita procura
O livro foi campeão
Com sua literatura.
Um festival de cultura
Em um final de semana
No lançamento dum livro
Onde a poesia emana
Sem deixar a desejar
A obra coordeliana.
Se nunca faltasse grana
E leitores interessados
Estimulava escritores
Ter mais livros publicados
Escolas e estudantes
Todos beneficiados.
Os cordéis bem espalhados
Surte efeito positivo
O leitor orientado
Da leitura é um cativo
Porque em cada cordel
Existe um poeta vivo.
Ler é muito positivo
A alma fica inquieta
As trilhas do pensamento
Induz anseio e afeta
A fábrica de poesia
Alojada no poeta.
Quando se alcança a meta
De um livro publicado
O leitor é o sujeito
Que é privilegiado
Educação cultura
Tem um troféu conquistado.
Escreveu;HELENA BEZERRA.
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