sábado, 27 de agosto de 2022

Cordel; VENCENDO A DIFICULDADE.

 Senti a necessidade

Para versar um cordel

Fui relembrar um passado

Misturei doce com fel

A vitória veio a tona

E registrei no papel.


Como abelha no vergel

Eu amanhecia o dia

O som vibrante do rádio

Transmitindo cantoria

Aquelas vozes sonoras

Me despertava alegria.


Cada canção que ouvia

Com rapidez decorava

Ficava balbuciando

Quando na roça chegava

Sem errar nenhuma estrofe

A mesma canção cantava.


Aquilo me despertava

A uma forte atenção

Pra descobrir a leitura

Vibrar de satisfação

Lendo as primeiras palavras

Em um cordel de cancão.


Até chorei de emoção

Pulando em toda altura

Cada verso cada estrofe

Ia fazendo a leitura

Decorava e declamava

Sem entender de cultura.


Fazia uma mistura

Entre cartilha e cordel

Matutava a diferença

Comparava no papel

Permanecia na dúvida

Ou sentimento cruel.


Desenhava com pincel

As figuras que gostava

Em outro papel a parte 

As estrofes copiava

Depois de memorizar

Para os outros declamava.


O som era associado

Com o som da cantoria

As estrofes de cordel

Eu cantava todo dia

Programava bem o tempo

E bem antes aprendia.


O meu peito se enchia

De muita satisfação

De vez enquanto chegava

Um sopro de inspiração

Por eu não saber usar

Tomava outra direção.


Por força da emoção

Resolvi logo escrever

A minha primeira estrofe

Movida pelo prazer

Gastei uns poucos minutos

Pra tarefa resolver.


Insegura sem querer

A minha estrofe mostrar

Por não ter conhecimento

E os outros me vaiar

Permanecia em silêncio

Com medo de publicar.


Pro meu ego aquietar

Convidei em um momento

Um poeta para ver

Se tinha algum fundamento

Depois da análise feita

Me deu nota cem por cento.


Ali foi o nascimento

Do gosto de escrever

O incentivo é a luz

Que ilumina o prazer

Nas entrelinhas da vida

Rabiscava sem saber.


Demorei pra entender 

O sabor da poesia

Sendo portadora dela

Sua presença não via

Se a inspiração chegava

De qualquer forma saía.


De todo jeito fazia

Verso até de pé quebrado

Métrica rima e oração

No poema colocado

Tudo feito sem saber 

O seu significado.


Saía certo e errado

Jogando fora e rasgando

Sem ter perspectivas

Alguns ía aproveitando

Perdi tanta poesia

Hoje choro me lembrando.


Depois fui organizando

Em um baú de madeira

Todos fora da sequência

Coberta pela poeira

Meu carrossel de esperança

Parou a sua carreira.


Descobri minha besteira

Com mais um ano pra frente

Quando a inspiração chegava

Fervilhando minha mente

Me dava uma sensação

Que eu precisava ser gente.


Em forma de uma vertente

A poesia chegava

No embalo da visita

Ela impulsionava

A escrever novamente

Sua ordem eu aceitava.


Tudo que eu projetava

Se tornou interessante

Poemas ficavam prontos

O trabalho era constante

A fim de editar um livro

Mas a grana era distante.


Tudo mudou no instante

Que a família resolveu

Contribuir com valores

Nada mais interrompeu

Com menos de vinte dias

Meu livro apareceu.


O movimento se deu 

Na pressa de publicar

A data do natalício

Pra junto comemorar

O aniversário e a obra

Momento espetacular.


Valeu apena sonhar

E apostar no futuro

A família reuniu-se

Fez um projeto seguro

''CAUSOS EM VERSOS CONTADOS''

Saiu do seu lado escuro.


Comodismo e sem futuro

Atrasa quem quer crescer

Por isso procure meios

Faça a coisa acontecer

Corra atrás do seu sucesso

O resultado é vencer.


Para restabelecer

O que estava precisando

Envolveu-se muitas mãos

Umas as outras ajudando

O fruto fruiu e hoje

Tem muita gente gostando.


Com a galera aceitando

Foi feita a publicação

Em uma noite festiva

Com poetas no salão

Um show que ficou marcado

Em cada um coração.


Presente a população

Nessa noite de cultura

Um grande show atraente

Que teve muita procura

O livro foi campeão

Com sua literatura.


Um festival de cultura

Em um final de semana

No lançamento dum livro

Onde a poesia emana

Sem deixar a desejar

A obra coordeliana.


Se nunca faltasse grana

E leitores interessados

Estimulava escritores

Ter mais livros publicados

Escolas e estudantes

Todos beneficiados.


Os cordéis bem espalhados

Surte efeito positivo

O leitor orientado

Da leitura é um cativo

Porque em cada cordel

Existe um poeta vivo.


Ler é muito positivo

A alma fica inquieta

As trilhas do pensamento

Induz anseio e afeta

A fábrica de poesia

Alojada no poeta.


Quando se alcança a meta

De um livro publicado

O leitor é o sujeito

Que é privilegiado

Educação cultura

Tem um troféu conquistado.


Escreveu;HELENA BEZERRA.











 

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