terça-feira, 27 de dezembro de 2022

EU QUERO UM NATAL ASSIM

 Que seja cheio de paz

Repleto de amor e luz

Aonde todo cristão

Aceite o peso da cruz

Obedecendo os desígnios

Do nosso mestre Jesus.


Ninguém querer ser melhor 

Do que o próprio irmão

Pais reconhecendo filhos

Em toda ocasião

E o exemplo derrotando

A força da opressão.


As fortunas destinadas

Pra presídios construir

Sejam trocadas em escolas

Pra toda criança ir

Com bases fundamentais

Pro futuro garantir.


Estoques de alimentos

Vendidos a quem necessita

Pelo um preço acessível

É uma ação bonita

Isso feito no natal

Até Jesus felicita.


Todos bens acumulados

Sem a mínima precisão

Partido com quem não tem

Reproduz satisfação

É mesmo que  água viva

Lavando seu coração.


O desapego aconteça

Com os bens materiais

A ganância seja extinta

Das camadas sociais

E os olhos da alma vejam 

Que somos todos iguais.


O gesto de perdoar

Não gere medo a ninguém

O salário seja justo

E a justiça também

E mal da corrupção

Triturado igual xerém.


Este natal que desejo

Possa um dia acontecer

O mundo assumir de vez

Que Jesus pode nascer

No coração mais humilde

Que ele possa viver.


FELIZ NATAL! desejado por helena.


O FOTÓGRAFO MÃO PRETA.

 Era assim conhecido

Por causa da profissão

Na época que o retrato

Era feito no sertão

Se fosse pra documento

Quando havia eleição.


Como era inteligente

O agricultor Raimundo

Cansou de puxar enxada

Disse: não sou vagabundo

Eu vou é tirar retrato

E meteu o pé no mundo.


O apurado que tinha

Somou e deu pra comprar

Uma máquina mão no saco

Aprendeu manusear

Pensava consigo mesmo

Agora vou enricar.


O sujeito era disposto

Levando o fardo pesado

As casas eram distantes

O povo liso acuado

Para tirar um retrato

Ninguém era preparado.


Tinha como alternativa

Num bisaco pendurado

Uns bombons para vender

Só não vendia fiado

A mãe que não tinha réis

O moleque era açoitado.


Era sem fins lucrativos

Aquele profissional

Dias comia outros não

A sua meta afinal

Era gastar o estoque

De todo material.


Andou tanto que chegou

Em uma choupanazinha

Encontrou uma senhora

Era bem de manhazinha

Com três meninas chorando

Uma delas bem novinha.


Levou o papo pra ela

Que caiu na emboscada

Pra retratar as meninas

Foi uma luta danada

Quatro horas de peleja

Ficou duas retratada.


Ele era responsável

Pela melhor posição

Instalou a mão no saco

Fez a recomendação

E as meninas com medo

Daquela arrumação.


Recostadas na parede

Pés juntos e mão pra trás

Atrepadas nuns tijolos

Todos eles desiguais

Com fome sede e calor

E o sol quente demais.


Com três metros de distância

A máquina era montada

Em um gancho três pés

O seu formato quadrada

Um buraco grande atrás

Onde a mão era enfiada.


Quando igualhava tudo

Voltava para ajeitar

A posição das meninas

Que começaram chorar

A paciência faltou

Começou logo a brigar.


Quatro horas foi o tempo

Gasto para resolver

Um trabalho cansativo

Que precisava envolver

O fotógrafo e a família

Entravam no desprazer.


As crianças se espantaram

Quando viram a produção

Não se conheciam ainda

Foi choro e decepção

Do fotógrafo não se sabe

Se cresceu na profissão.


Produção de HELENA BEZERRA.