terça-feira, 10 de julho de 2018

O CASAL: JORGE E LUISA NO ENLEVO DA TRAIÇÃO.
Autora: Helena Bezerra De Araújo  .

Inspirada numa obra
Eça Queiróz o autor
Primo Basílio é o nome
Dado pelo escritor
E Portugal o país
Onde a cena se passou

O foco deste cordel
É uma orientação
Voltada para casais
Livrar-se da tentação
Que o inimigo usa
Para aplicar a traição

O casal Jorge e Luísa
Uniram-se em casamento
Uma união perfeita
Cumprindo o sacramento
Sem saber que caminhavam
Pra sede do sofrimento

Jorge profissional
Foi chamado a trabalhar
Em outro país distante
Ausentou-se do seu lar
Deixou Luísa sozinha
Sua vida a lamentar

Para ajudar nos trabalhos
No decorrer da semana
Ela tinha uma escrava
Com nome de Juliana
Seu farol incendiava
Qualquer criatura humana

O tempo foi se passando
Nenhuma notícia vinha
Por parte do seu marido
Luísa ia e vinha
Passeando no pomar
Vendo as flores que tinha

De súbito encontrou-se
Com Basílio primo seu
Um encontro formidável
Ali mesmo aconteceu
Foi um abraço tão forte
Que seu coração doeu

Ainda na sua infância
Tinha sido admirada
Por aquele seu parente
Até carta foi trocada
Mas sem haver incentivos
A paixão ficou parada

Como estava adormecida
Nessa hora despertou
Os corações se agitaram
A respiração parou
Os olhos disseram tudo
E boca silenciou

Juliana que estava
A cena presenciando
Aguçou a sua mente
Ficou logo planejando
E a vida de Luísa
Começou investigando

Mexendo nos seus guardados
Uma carta encontrou
Assinada por Basílio
Comprovando seu amor
Que sentia por Luísa
No coração sofredor

Foi ali que Juliana
Sentiu profunda firmeza
Dizia nos seus botões
Ou tamanha safadeza
Agora vou cobrar dela
Com toda minha dureza

Chamou Luísa dizendo
Levante venha lutar
Desça de sua patente
Faça tudo que eu mandar
Ai de ti se disser não
Pois a cobra vai fumar

Luísa disse tá louca?
Ela um soco lhe deu
Mostrou a prova dizendo
Pois em você mando eu
Passe a ser minha escrava
Com o que lhes pertenceu.

Assim ficou muito tempo
Luiza sendo a escrava
A patroa juliana
Todo castigo lhe dava
A infeliz da Luiza
Pela culpa suportava

Até que chegou o dia
Que seu marido voltou
Quando viu sua esposa
De susto se espantou
Ela sem felicidades
O esposo nem ligou

O sentimento de culpas
E a raiva de juliana
O medo da descoberta
Da sua ação leviana
Fazia a transformação
Daquela mulher mundana

O marido indignou-se
Naquela situação
Luiza se aperreava
A busca de solução
Pra bomba não estourar
Sofria humilhação

Pediu dinheiro a Basilio
Para outra voz calar
Ele fugiu pois não tinha
Grana pra lhe ajudar
Ao amigo do marido
Resolveu tudo contar

Bastião era o amigo
Que partiu pra ajudar
Chamou um policial
Para o plano executar
Pegar juliana a força
E aquela carta tomar

A estupidez foi tão grande
E o susto que cometeu
Pois uma taquicardia que
De súbito aconteceu
E juliana na hora
Tombou no chão e morreu

Foi um alívio tão grande
Que Luisa melhorou
Com pouco tempo o carteiro
Na sua porta parou
De Basílio pra Luisa
Uma carta entregou

Jorge foi quem recebeu
Abriu e fez a leitura
Para dar explicação
A sua esposa procura
Ela não resiste e cai
E para na sepultura

O que se faz escondido
Logo mais é revelado
A palavra de deus diz
O escondido é mostrado
A vida tem dois caminhos
Um certo e outro errado.

HELENA BEZERRA DE ARAÚJO.

Um comentário: