sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

PARÓQUIA DE MARTINS EM CORDEL.

Dei um mergulho na fonte

Aonde estava guardado

Papéis escritos a mão

Pelo tempo amarrotado

Num baú nos camarins

Da paróquia de Martins

Tinha fato registrado


A leitura fui fazendo .

 Com pouco de atenção

São cento e oitenta anos

Do ato da criação

Da paróquia abençoada

De Pau dos Ferros desmembrada

Foi grande a evolução.


Ocorreu quando Martins

A Portalegre pertencia

Foi um marco na história

E a política que existia

Lutou com severidade

Com nome Maioridade

Outra cidade nascia.


Pra não esquecer o feito

Do fundador da capela

Francisco Martins Roriz

Que tanto zelou por ela

Denominou-se Martins

Daqui até os confins

Ninguém mexe em nome dela.


Natural do Ceará

Homem de bom coração

Era católico fiel

Amava a religião

Com muita fé e coragem

Colocou uma imagem 

Da virgem da Conceição.


Quando a paróquia  nasceu

Em meio a dificuldade

Nem estrada nem transporte

Só o poder da vontade

Dos padres dado por Deus

Pra atender os fiéis seus

Naquela comunidade.


Padre Pedro e Gonçalo

Os primeiros a assumir

As tarefas da paróquia

Na intenção de servir

A cada paroquiano

Na vida do ser humano

A palavra interagir.


Eles eram capelãs

Com responsabilidades

Prestavam cultos divinos

Em outras comunidades

Subiam serras e desciam

Os trabalhos que exerciam

Eram  por necessidades.


Na saída deles veio

O seu vigário primeiro

Padre Antonio de Souza

Dedicou-se por inteiro

Quatro décadas mais três anos

Amava aos paroquianos

Tinha pavor a dinheiro.


Posterior foi o padre

Chamado de Valentim

Expandiu os seus trabalhos

Desceu serra e foi a fim

De fundar outra capela

E a comunidade dela

Ao projeto disse sim.


Era em Serrinha dos Pintos

Onde se concretizou

A fundação da capela

O povo todo ajudou

Do idoso ao pivete

Senhora de Lá Salete

Imagem que colocou.


Foi a vez de padre Carlos

Que tenho recordação

Prestando muito serviço

A toda  esta região

Em um cavalo montado

Muitas vezes acompanhado

Pelo um certo sacristão.


Alvo de olhos azuis

A  missa era em Latim

O povo nada entendia

Eu no meio pensava assim

Que todo mundo era santo

Quando entoava um canto

Via o céu perto de mim.


O padre José do Vale

Foi o que me batizou

José Zilmar de Andrade

O seu carisma implantou

Padre Walter padre Guido

A dupla que fez sentido

Guido foi Walter ficou. 


Padre Walter muito jovem

Quando a paróquia assumiu

Com muitos sonhos e projetos

A igreja reuniu

Muitas equipes formou

Como administrador

Seu trabalho evoluiu.


Seu maior objetivo

Era evangelização

Trouxe irmãs pra ajudar

No papel de formação

Colocou rádio no ar

Tudo fez pra conservar

Boa comunicação.


Deu expansão a paróquia

Os pólos organizava

Sentia sede nos jovens

Aqui acolá lançava

Uma rede pra pescar

Quando ia despescar

Uns dois ou três encontrava.


Na matriz e nas capelas

Fazia uma seleção

Cada qual se destinava

Assumir com precisão

Dentro da comunidade

Mais de uma atividade

A serviço da missão.


Seu  trabalho era incansável

Não só com a religião

Com meio social

Tinha preocupação

Seu intento era ajudar

Do carente melhorar

A sua situação.


Depois de trinta e seis anos

Fez a sua despedida

Mas o povo de Martins

Não saiu da sua vida

Nem ele saiu do povo

Vai e vem volta de novo

A passagem é garantida.


Quando ele saiu entrou

Um fruto que foi brotado

Através da catequese

Por Walter incentivado

Padre Possídio assumiu

E o trabalho prosseguiu

Dando conta do recado.


O clima foi muito tenso

O povo ainda abalado

Possídio muito dinâmico

Fez triste ser animado

E assim continuou

O povo colaborou

Foi ótimo aprendizado.


Quando assembléia fazia

Em nível paroquial

De todas comunidades

Reunia o pessoal

E cada grupo que ia

Uma proposta fazia

Pra discutir no final.


Criou-se  o CPP

Um conselho eficiente

Todo mês se reunia

Em um local diferente

Da paróquia o andamento

Prestando esclarecimento

Deixando bem transparente


No calendário anual

Houve uma alteração

Entrou as comunidades

Também por obrigação

Todo mês celebrar missa

Fieis que não tem preguiça

Pulou de satisfação.


Pra ajudar nos trabalhos

Padre Iraildo chegou

Ombro a ombro com Possídio

Um período trabalhou

Amava a zona rural

Conquistava o pessoal

No lugar que ele passou.


Depois que saiu Possídio

Assumiu padre Dian

Um jovem porém careca

A juventude era fã

De tudo que ele fazia

Na palavra transmitia

A força dum talismã.


Portador do evangelho

Quem tem cuidado não erra

Não deixava a desejar

Luiz Gomes sua terra

Padre muito animador

Foi ele o fundador

Do evento Exalta-Serra.


Saiu deixando os fiéis

Seguiu por outro caminho

Uns choravam outros sentiam

No coração um espinho

O bispo não apanhou

Porque praqui enviou

Nosso querido Netinho.


Padre Netinho superou

Aquela situação

Conquistou todos fiéis

Com sua voz de trovão

Os doentes visitava

E a palavra pregava

Acenando com a mão.


Talento tinha sobrando

Coragem não lhes faltava

Cumpria com o roteiro

Que a paróquia elaborava

Entre capela e matriz

Missionário feliz

Idade não afetava.


Com a Área Pastoral

O trabalho triplicou

O padre de Alexandria

Com muito gosto ajudou

A trilhar o seu caminho

E assim padre Netinho

O seu serviço prestou.


O bispo vendo Netinho

Em ritmo acelerado

Precisando de descanso

Passou a noite acordado

Rezou pedindo a Jesus

Que lhe mostrasse uma luz

E o destino a ser traçado.


A solução foi  Wescley

Que lhe respondeu assim

Dom Mariano estou pronto

Vou substituir Netim

Força fé e alegria

Um turbilhão de energia

Se mexe dentro de mim.


Quando foi comunicado

Netinho não hesitou

Pensou na sua saúde

Outra paróquia abraçou

Wescley  a serra subiu

E  a paróquia assumiu

Foi Deus quem lhe confiou.


Quando recebeu a chave

Ajoelhou-se no chão

Fitou os olhos no céu

Abriu o seu coração

A alma o corpo fascina

Recebeu bençãos divina

Da virgem da Conceição.


Já completaram dois anos

Que este peso conduz

Em todas as dimensões

Deus manda um anjo de luz

Iluminar seu caminho

Acompanhado ou sozinho

Seu protetor é jesus.


Finalizando o cordel

Quero parabenizar

Paróquia e paroquianos

E o padre que agora estar

Assumindo esta missão

E a virgem da Conceição

Pra todos abençoar.


Autoria de Helena Bezerra.


 








quinta-feira, 12 de novembro de 2020

UM VOTO OFERECIDO.

 Num período eleitoral

Numa pequena cidade

Num cantinho do país

Cresce no povo a vontade

De mudança acontecer

E pelo o voto escolher

Quem tem mais capacidade.


O caça voto não para

Caça no sítio e na rua

Andando de casa em casa

A cultura continua

O compra voto acontece

Do pobre ninguém esquece

Prática que se perpetua.


Tudo isso acontecendo

Gente sem dormir direito

Todo dia passeata 

Por beco largo e estreito

Todo espaço se enchendo

Os eleitores correndo

Gritando viva o prefeito..


Para fazer diferença

Nesta movimentação

Ficava uma senhora

Acenando com a mão

Os candidatos passavam

Nem perto dela chegavam

Com um pouco de atenção.


Um dia ela resolveu 

O seu voto oferecer

Amigo quer o meu voto

O cara sem entender

Perguntou isso é verdade?

A nossa realidade

É comprar voto e vender.


Sinceramente obrigado

Pelo senhor aceitar

O meu voto é valioso

O meu prazer é votar

Cumprindo com meu dever

E o candidato escolher

Sem ninguém pra indicar.


Uma lição de moral

Civismo e cidadania

Quem recebeu ficou tenso

Pois a prática que exercia

Era o contrário fazer

Ganhar e tudo esquecer

O que antes prometia.


Ela concluiu dizendo

Desperta povo sofrido

A derrota do país

É  ver seu povo vendido

Pra fazer o voto errado

E continuar derrotado

Elegendo corrompido.

(Autora: Helena Bezerra).


A VIDA É UMA MISSÃO.

 É no mês missionário   (outubro)

Que a igreja focaliza

Catequese aprofundada

No cristão se concretiza

E a palavra de Deus

No coração eterniza.


Missionário é aquele

Que assume sua missão

De fazer o bem ao próximo

Em qualquer ocasião

Trabalha com transparência

Quando assume uma função.


Não é para qualquer um

Sair do seu bem estar

Ir ao proletariado

Sua vida orientar

Os direitos e deveres

Que precisam procurar.


A consulta da palavra

Aonde estiver faltando

Ser delicado e presente

E sempre viver buscando

Pessoas que façam o mesmo

Ao seu irmão ajudando.


Dizer que é missionário

Sem ter aproximação

Dos carentes que precisam

De uma grande atenção

Seu nome é fora da lista

Dos adeptos da missão.


Tem muitas comunidades

Sentindo sede de Deus

Faltando missionários

Chegar com talentos seus

Plantar sementes que façam

Modificar os ateus.


Por isso vá consciente

Com Jesus no coração

Mente aberta fé em Deus

E uma bíblia na mão

Os olhos fixo no céu

E os pés firmes no chão.

Autoria da poetisa Helena Bezerra.


domingo, 18 de outubro de 2020

O POETA


O poeta um é ser vivo

Dos outros bem diferente

É um observador

Que absorve na mente

Explora quando precisa

Também interioriza 

Pra usar futuramente.


O poeta se coloca

No lugar do seu irmão

Expressa o que ele sente

Da alma ao coração

Na fonte da poesia

Abastece todo dia

Um canal de inspiração.


O poeta pensa e cria

O que a mente produz

Registra pela a escrita

E a poesia conduz

Sem dela se separar

Os dois formando um só par

Com a proteção de Jesus.


O poeta se destaca

Em qualquer um ambiente

Por mais simples que pareça

Mesmo tendo muita gente

É logo identificado

Por ser um ente formado

Com o jeito diferente.


O poeta faz da mente

A máquina de produzir

Versos rimas e orações

Pode o mundo reduzir

Colocar num só poema

Mergulha em qualquer sistema

É só Jesus consentir.


O poeta tem no céu

O seu lugar garantido

Se a morte não fosse moca

Nenhum havia morrido

Mas o céu também precisa

De poeta e poetisa.

Fazer Jesus divertido.

(Helena Bezerra). 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

 OUTUBRO ROSA EM AÇÃO.


No antepenúltimo mês

Que antecede o fim do ano

Uma campanha se lança

Pra evitar causar dano

Na parte que amamenta

O bebê do ser humano


Outubro rosa chegou

A luta entra em ação

Principal objetivo

É conscientização

Pra evitar que a mama

Passe a ter infecção.


Se descobrir que o cãncer

Foi diagnosticado

Na fase inicial

Tem tudo pra ser curado

O autoexame é a forma

Que tanto tem ajudado.


A mulher orientada

Quando completa quarenta

Anos de sua existência

Na saúde se apresenta

Marca o dia do exame

Pra vê se o mau afugenta.


Sabemos que outubro rosa

É um grande movimento

Dentro e fora do Brasil

Mostrando esclarecimento

Sobre o câncer de mama

O pivô do sofrimento.


Outubro rosa se empenha

Em fazer divulgação

Conscientizar mulheres

No uso da prevenção

Que o SUS bancas despesas

 Veja a constituição.


Inúmeros são os sintomas

Que se apresentam na mama

Mulher sem informação

Com medo esconde sintoma

Só vai procurar um médico

Quando seu mamilo inflama.


 Por isso muitas mulheres

Na mama falta saúde

Vencer o câncer de mama

É angariar virtude

E quem não obtém êxito

Embarca no ataúde.


Por isso outubro rosa

Lute com perseverança

Injete conhecimento

Tranquilidade esperança

Pra esse mau combater

E a mulher poder viver

Com muito mais confiança.

Autora:HELENA BEZERRA.




quarta-feira, 23 de setembro de 2020

 MOTE:NÃO FOI SIMPLES PRA FAZER

MAIS FOI COM SIMPLICIDADE.


O começo foi tachado

Como no primeiro emprego

Até mexeu no sossego

De quem era sossegado

O certo saía errado

Mas como havia vontade

De vê a comunidade

No dia-á-dia crescer

Não foi simples pra fazer

Mais foi com simplicidade.


Muitos planos refugados

Muitos projetos perdidos

Muitos sonos maus dormidos

Sonhos ser alcançados

Papéis escritos rasgados

O empenho e a vontade

Superou a tempestade

De quem luta pra vencer

Não foi simples pra fazer

Mais foi com simplicidade.


Passo a passo em andamento

Aos poucos recuperando

Onde estava precisando

Aplicava um suplemento

Buscava melhoramento

Na dura realidade

O prazo de validade

Chegava até se vencer

Não foi simples pra fazer

Mais foi com simplicidade.


A luta é intensamente

Lenta ou acelerada

Quando a verba vem cortada

Dói o juízo da gente

Precisa ser insistente

Pra conseguir a metade

É tanta dificuldade

Pra vitória acontecer

Não foi simples pra fazer

Mais foi com simplicidade.

Mote:Janda Jácome

Glosa:Helena Bezerra.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

MÁSCARA E CAPACETE.

 M- Apareceu novamente?

Há tempo estavas sumido

Depois do isolamento

Tinhas ficado esquecido

E agora se apresenta

Virou traste oferecido?


C-Pra quê tanto exibimento?

E tanta especulação

Tenho porte pra viver

Sem trabalhar feito o cão

Quando as leis me determina

Aí sim,entro em ação.


M-Estou sendo procurada

Depois desta Pandemia

Antes disso me usavam

Em caso de cirurgia

Depois ia para o lixo

Sem nenhuma serventia.


C-Passo por isso também

Muitas vezes abandonado

Sem priorizar a vida

Me usam do jeito errado

Trocam cabeça no braço

E o corpo vivo em finado.


M-Virei febre mundial

Meu nome o mundo aprovou

Depois do CORONAVÍRUS

Nosso planeta mudou

Do rosto nobre ao plebeu

Este assessório usou.


C-Esnobo minha presença

Em termos materiais

Aonde sou fabricado

Tudo é moderno demais

Sua linha é a pobreza

Qualquer costureira faz


O que vale é o prestígio

Por favor preste atenção

A saúde orientou

A toda população

Me usar pra evitar

Tanta contaminação.


C-Tu tivestes vez agora

Sempre viveu esquecida

Pra diminuírem gastos

Tá se tornando querida

O povo enlouqueceu

Achar que tu salvas vida.


M-C-Nós vamos trabalhar juntos

Nossa meta evitar

O povo de adoecer

Também de se acidentar

Fora acidente e COVID

Viva a vida que Deus dar.

(HELENA BEZERRA).



quinta-feira, 13 de agosto de 2020

CECÍLIO SILVA (ETERNO SOBREVIVENTE).

Quando Jesus determina
A natureza obedece
O sucesso é evidente
Tudo de bom acontece
Mas o presente dum filho
Nem todo mundo merece.

Moacir e Aldenora
De Deus tiveram auxilio
Formaram uma família
Enfrentando empecilho
Nasceram várias mulheres
E homem só foi Cecílio.

Uma criança saudável
Esperta forte e sadia
Muito querida por todos
Promovente de alegria
Vê o menino crescer
Toda família queria.

Ainda muito criança
Começou a trabalhar
Acompanhava o pai
Pouco podia ajudar
Passava o dia na roça
Antes de ir estudar.

A mãe muito cuidadosa
Na escola o colocou
Ia com suas irmãs
Logo se alfabetizou
Foi o destaque da turma
Título de líder ganhou.

Pra concluir o primário
Cecílio muito sofreu
Trabalhava e estudava
Foi grande o esforço seu
Explorando a inteligência
Que Jesus Cristo lhe deu.

Continuou trabalhando
E estudando também
Ás vezes faltava aula
Mas desenvolvia bem
Cada matéria aplicada
A sua nota era cem.

Dificuldades problemas
Ele soube amenizar
No ensino fundamental
Teve o primeiro lugar
Mas veio o ensino médio
Pra sua Cuca esquentar.

Quando concluiu o curso
Tentou o vestibular
Ficou desestimulado
Porque não deu pra passar
Perdeu o pique e ficou
Com raiva de estudar.

Se dedicou na igreja
Em tudo estava presente
Entrou no grupo de jovens
Admirou muita gente
Por ser um forte católico
Filho de família crente.

Devido seu desempenho
E sua capacidade
Evoluiu nos trabalhos
Com responsabilidade
Coordenou vários grupos
Com muita facilidade.

O padre observando
A sua dedicação
Pediu pra ele fazer
Um censo na região
Como Agente Pastoral
Aprofundou a missão.

Ele corajosamente
O trabalho iniciou
Apé e de bicicleta
Todo município andou
Casa a casa,rua a rua
Todo habitante contou.

Foi um trabalho forçado
Mais soube a situação
De cada uma família
E qual a religião
Fazia o censo completo
Da criança ao ancião.

Ficou sabendo de tudo
Que existia e faltava
Pra frequentar a igreja
O convite ele lançava
Fazia a celebração
E a palavra pregava.

A serviço da igreja
Participou de eventos
Foi em diversos lugares
Fez bastantes treinamentos
E repassava aos demais
Com bons esclarecimentos.

A maioria do povo 
O seu trabalho agradou 
A igreja entristeceu
Quando ele anunciou 
Que ia entregar tudo
Que com gosto organizou

Alegou vários motivos 
Um deles o principal 
Continuar os estudos 
Morar vizinho a natal
Preparar o seu futuro
Era o maior  ideal.

Quando ele nem esperava
O melhor aconteceu
O Sindicato Rural
Duas vagas ofereceu
Vindas da escola agrícola 
Cecílio uma preencheu. 

Quando foi fazer a prova
Com pouca grana saiu 
No carro que faz a linha 
Pra natal se dirigiu 
Levando um terço no bolso
Confiando em Deus segui

Estava tão ansioso
Que foi muito antecipado
Uma semana de espera 
Lhe deixou equivocado
Quando foi fazer a aprova 
Entrou no transporte errado

Dois minutos antes da prova
Ele conseguiu chegar
No local determinado
Para se realizar
Muito tempo refletia 
Ah! Se eu pudesse passar

Voltou para casa pensando
Somente no resultado
Faltava-lhe o apetite 
Sonhava sempre acordado 
Até chegar a notícia
Que tinha sido aprovado 

Foi à maior alegria 
Que este rapaz sentiu
Pulava, ria e chorava
Até seu sangue fugiu 
A toda comunidade 
A notícia transmitiu 

 Para fazer a matrícula
Pouco dinheiro arranjou
Só o total das passagens
No seu bolso colocou
Nem se quer um copo d'água 
Na viagem não tomou

Chegando em macaíba 
Um moto-táxi pediu
Uma chuva muito forte
Neste momento caiu
Enfrentando o temporal
Para Jundiaí seguiu 

Tremendo todo molhado
Com uma pasta na mão 
Levava dentro da mesma
Toda a documentação
Por sorte não se molharam 
Na pasta de papelão

Levou todos xerocados
O que ia precisar 
E se tivesse molhado 
Não tinha com que pagar 
Nem se quer uma só xerox 
Que precisasse tirar

Para fazer a matrícula
Logo logo foi chamado
Se era grátis ou paga 
Não tinha sido informado
Quase que passava mau 
Quando soube o resultado 

Para viajar de volta
Era o dinheiro que tinha 
Quando o rapaz disse o preço 
Contou a grana todinha 
Que ele tinha no bolso 
Parece até adivinha 

Respirou profundamente 
Para Jesus Cristo apelou 
Estava com muita fome 
Sem esperar encontrou
Dois amigos da igreja 
E a  situação contou.

Responderam que estavam 
Na mesma situação 
Mas tinham pra onde ir 
Cecílio pediu-lhe então
Deixe-me ir com vocês 
Eles disseram pois não. 

Seguiram para Natal 
Com Cecílio acompanhando 
No outro dia cedinho
Seu rumo foram tomando
Cecílio saiu para rua 
Com o seu terço rezando. 

Sem perder as esperanças 
Chegou na comunidade
Chamada VENI CREATOR
Foi sua felicidade 
Matou a fome que estava 
Sanou a necessidade.

Um rapaz muito gentil
Foi deixá-lo na parada
Aonde o ônibus passava
E a mente preocupada
Sem dinheiro pra passagem
Ou vida aperreada.

Quando entrou no transporte
Muito triste planejando
Dizer ao motorista
O que estava se passando
Sem ter no  bolso um real
Cabisbaixo viajando.

No percurso da viagem
Algo estranho aconteceu
Os passageiros são provas
Quando uma mulher desceu
Disse a passagem de Cecilio
Quem tá pagando sou eu.

Recordei uma das feita
Que fizestes no passado
A ação que tu fizeras
Hoje te dou este agrado
Assim Cecílio livrou-se
Da passagem ficar fiado.

Considerou um milagre
O sofrimento vencer
Pensou logo no rosário
Que rezava pra valer
Quer vencer na vida reze
É o que tenho a dizer.

Em breve arrumou a mala
E viajou pra ficar
Morar em Jundiaí
Para poder estudar
A escola preparava
O jovem pra trabalhar.

Fez construção de amizades
Com colegas e professores
Quase todos como ele
Filhos de agricultores
Com origens enraizadas
Nos nossos interiores.

Deixo Cecílio estudando
Preparando seu futuro
Suspendo minha caneta
Em nome de Deus eu juro
Testemunhei a verdade
Jovem desta qualidade
Tem um conceito seguro.

Autoria de HELENA BEZERRA.




sábado, 11 de julho de 2020


   MEDO DE CORONA VÍRUS.


Esta tal de Pandemia
O medo me atacou
Invadiu meu pensamento
Senti que tudo mudou
Aceitei ficar em casa
Isso me impactou.

Se uma voz me chamava
Ia de ponta de pé
Brechava na fechadura
Aí voltava de ré
Soltava uma voz rouquenha
Eu quero saber quem é.

Fiquei direto de máscara
Até com ela dormia
Lavei tanto minhas mãos
Que a pele toda se abria
Alcool em gel e setenta
Usava demais no dia.

Assim passei quatro meses
O medo me apavorando
Ligada ouvindo notícias
Que me deixava chorando
Pra não perder o juízo
A TV fui desligando.

Abandonei caminhada
Não vou a mercearia
A igreja está fechada
Lugar que tanto queria
Quem é cristão se abastece
Com a Santa Eucaristia.

Quatro meses completou
Vivendo no fica em casa
O medo já foi curado
Tou doida pra criar asa
Bater perna todo dia
Esta vontade me arrasa.

Quando vírus tava longe
Gerou muito medo aqui
Depois que chegou pra perto
O povo tá nem aí
Vai e vem e vira e volta
Do Oapoque ao Chuí

Já estou acostumada
Do jeito dum passarinho
Se soltar do cativeiro
Sem saber fazer um ninho
Assim é a poetisa
Perdida pelo caminho

Autora:HELENA BEZERRA..




sexta-feira, 26 de junho de 2020

O NORDESTE SEM FESTAS JUNINAS.

     
Com a chegada cruel da Pandemia
O Nordeste rasgou o seu roteiro
Planejado no mês de fevereiro
Só em junho entrava em sintonia
Atrelado no pingo do mei dia
Mossoró sacudia seu povão
Dia e noite com muita animação
Todo corpo treinado a balançar
O Nordeste trancado fez quebrar
Os costumes da nossa tradição.

As quadrilhas estavam na metade
Dos trabalhos ficando organizado
Foram todos jogados para um lado
Teve muita revolta a mocidade
Os trabalhos,os gastos e a vontade
Foram todos jogados num porão
Fantasia,fogueira até balão
Cada membro chocado ainda estar
O Nordeste trancado fez quebrar
Os costumes da nossa tradição.

CORONAVÍRUS parou todo projeto
Que projetava nossa festa junina
Concentrava a cultura nordestina
A COVID causou um desafeto
Toda casa fechada até o teto
Sem visita se quer de um irmão
De entrar de pés juntos no caixão
O pavor apavora sem cessar
O Nordeste trancado fez quebar
Os costumes da nossa tradição.

O Nordeste soluça por não ter
Bandeirolas colorindo o espaço
As quadrilhas trilhando cada passo
A noite inteira até amanhecer
Puxadores gritando anarriê
Cadê a voz que gritou viva São João
Nem fogueira fizeram no sertão
Pra botar milho verde pra assar
O Nordeste trancado fez quebrar
Os costumes da nossa tradição.

Dois mil e vinte mudou todo destino
Todas festas já foram canceladas
As escolas com as portas trancadas
Sem estudo pra jovem e pra menino
Mais ainda se vê um nordestino
Esperançoso rezando uma oração
Oferecendo a São Pedro e a São João
Pra COVID  daqui se afastar
O Nordeste trancado fez quebrar
Os costumes da nossa tradição.

Produção;Helena Bezerra.

















             

quinta-feira, 14 de maio de 2020



SÓ ENTENDO DIFERENTE


Cuma matuta qui sou
Fico atôa sem saber
Os nomes qui inventaro
Dispôs de aparecer
Um tal de vírus corona
O pobi qui é cafona
Fica no mei sem saber.

Cuno se fala covide
Quarentena, Pandemia
Fecho zói coço a cabeça
Os pés e as mãos isfria
Sem querer fazer progunta
A dor ataca nas junta
Farta o ar da agunia.

Assintoma homeoffice
Aí a coisa piora
Dá um zum,zum na cabeça
Sem pudê saí pra fora
Cumprino um isolamento
Me fecho no apusento
Lavano a mão toda ora.

Cum a mascara puxano
Pobi das minhas zureia
A televisão num vejo
Qui meu juizo aperreia
Cipriano e o gaigalo
Me fez causar um intalo
Qui o sangue parou na veia.

O Lockdown pensei
Quera um tipo de cachete
Pá distribuir pus pobi
Qui a duença comete
Dispôs dero informação
Quera uma bluquiação
Antes qui tudo se afete.

Até hoje vivo assim
Falano tudo errado
O meu istudo foi pouco
Meu texto amatutado
Me orgulho em ser assim
Carrego dentro de mim
Os custume do passado.

Escreveu:HELENA BEZERRA.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

AUXILO EMERGENCIÁ

Pru caso duma duença
Acabou a paciença
O povo foi obrigado
Abadoná o siviço
Foi o maió ribuliço
Daqueles disimpregado.

Minino fora da iscola
Sem puder pidir irmola
Im casa sem merendá
Aluguel água e luz
Pesando cuma uma cruz
Sem grana para pagá.

O chefe pressionado
Pelos seus opusitoures
Tumou uma posição
Prumode os pobe ajudá
De três vez auxiliá
Foi uma pertubação.

Os pobi no celulá
Procura se informá
Lutava e nun risuvia
Oiava a televisão
Aquela informação
Uvia e num intindia.

Só intendêro paga
Cedo partiro pra vaga
Numa caxa federá
Gente passava da conta
A fila intortava a ponta
Na porta do hospitá.

Os protetor de saúde
Pidia meu povo ajude
Ficá du ôto afastado
Os pobi num intindia
A fila torta criscia
Todo mundu amuntuado.

Uns gritava eu quero vê
Quanto é qui vou recebê
Lá im casa é seis pessoa
Duas é mil e duzento
Somei é três e seicento
Minha ajuda é munto boa.

Outo dizia num é
Quevê pregunte a muié
Qui ela sabe ispricá
Amarre sua mascara
Qui a puliça num para
É só pra lá e pra cá.

Cuno o dinêro saiu
O fuá diminuiu
Correro para gastá
Cum move roupa e bibida
Outos de contra partida
Renovô o celulá.

As loja saiu lucrano
Quem recebeu comprano
Sem falá im prestação
Pulava de alegria
Gritava essa pandemia
Bom pra uns e outos não.

Ramo rezá um bucado
Pra quem já virou finado
E pra quem adoeceu
Agora peço a Jesus
Qui acenda sua luz
Livrano tudo qué meu.

Mais uma produção matuta
DE HELENA BEZERRA.









terça-feira, 7 de abril de 2020

CORONAVÍRUS EM AÇÃO.

O mundo sentiu um choque
Com o povo asfixiado
Morrendo a cada minuto
O pessoal assombrado
Cientistas investigando
Pra descobrir o culpado.

Chegando no resultado
Atestado e conferido
Apresentaram pra o mundo
É um vírus enfurecido
O novo coronavírus
Precisa ser combatido.

Descobriram que ele tinha
Poder de contaminar
A população inteira
Tão rápido infeccionar
Em pouco espaço de tempo
O indivíduo matar.

Recursos suficientes
Faltavam na medicina
Pra combater a doença
Que virou carnificina
Os primeiros atingidos
Os habitantes da China.

Uma outra descoberta
A forma de impedir
Dele chegar na pessoa
E o contágio transmitir
É isolar o sujeito
Para não interagir.

Tomaram iniciativa
De fazer isolamento
Mandando ficar em casa
Fechar estabelecimento
Só funciona farmácia
E quem fornece alimento.

A maioria do povo
Não aceita obedecer
O vírus se manifesta
Invisível ninguém ver
Aja gente adoecendo
Padecendo até morrer.

Hospitais superlotados
Não resolve a pandemia
Falta os equipamentos
Testes que dão garantia
E os profissionais
Adoecem todo dia.

Decreto vence e renova
Uns cumpre e outros não
Algumas formas de impostos
Fizeram prorrogação
Empresas, fábricas e escolas
Mantiveram suspensão.

O desemprego cresceu
Aumentou a agonia
Além da sobrevivência
O medo faz companhia
Ficar longe de quem ama
Coisa que ninguém queria.

Os idosos são reféns
Da cruel situação
Todos entraram na fila
Uns entendem outros não
Só obedece se ouvir
O ronco do caminhão.

O grito que lave as mãos
E passe o álcool também
Ecoa por todo canto
Evita o vírus que tem
A morte pela limpeza
Quem se limpa vive bem.

Quarentena na quaresma
Fez os fies se afastar
Da casa de oração
Mas pode tentar limpar
As mágoas do coração
Do jeito que limpa a mão
Para o irmão perdoar.

Autora:HELENA BEZERRA.





quinta-feira, 2 de abril de 2020

A VOZ DO MAR NA QUARENTENA

Ecoou com eloquência
Meu sufoco está passando
O meu engasgo desceu
As dores me aliviando
O cansaço amenizou
Minha vida tá voltando.

A praia me encontrando
Onda vai e onda vem
Os pássaros voando livre
Mergulham sem vê ninguém
Pegam peixes se alimentam
Esvoaçam no além.

As ondas me fazem bem
No seu trajeto ligeiro
Fizeram grande limpeza
Hoje me sinto maneiro
Com quinze dias limpando
O lixão do hospedeiro.

Eu vivia em desespero
Com tanta poluição
As dores insuportáveis
De respirar podridão
Das inúmeras toneladas
Recebida de lixão.

É tanta evaporação
Por ter que acumular
Lixos,resíduos e esgotos
Que não param de chegar
Quando ultrapassa limites
Eu tenho que vomitar.

Tive que aguentar
Manchas de óleo queimado
A mortandade de peixes
Me deixava apavorado
Quando desaparecia
Me sentia aliviado.

Atônito sobressaltado
Senti uma pulsação
Respirei suavemente
A brisa mansa em ação
A praia estava deserta
Foi a melhor sensação.


Natureza em aflição
Vivia desesperada
Vendo a beleza do mundo
Com a vida ameaçada
Por prejuízos causados
Por nações mal educada.

A rotina foi mudada
Daquele meu sofrimento
Um alívio relaxante
Sumiu o constrangimento
Senti saindo de mim
Angustia,dor e tormento.

A máquina do sentimento
Gera em mim felicidade
O vento e eu navegando
Trocando comicidade
Aproveitando viver
No âmbito da liberdade.

Nunca temi enfrentar
Os riscos de acidente
Turbulência,tsunâmi
Nem tempestade valente
Meu medo é manter contato
Com bicho chamado gente.

Autora:Helena Bezerra.














































































































































































A

sábado, 28 de março de 2020

DEUS DISSE A MULHER

Minha filha estás completa
Forte como barra mina
Capaz de resolver tudo
Perdoar quem discrimina
Ser mãe cumprindo a missão
 Saber dizer sim e não
Lição que o senhor ensina.

Tu tens a capacidade
De curar o coração
A alma e a matéria
Se olhar com compaixão
Vai curando toda dor
Com uma dose de amor
Renova a situação.

Expressa através de lágrimas
Os maiores sofrimentos
Assume maiores cargos
Confiam nos seus talentos
Prestam contas e favores
Compartilham seus valores
Mesmo nos esquecimentos

Depois que te aprontei
Fiz minha avaliação
Examinando todinha
Alisando com a mão
Nisso encontrei um defeito
Chorei sem poder dar jeito
Vai pra toda geração.

Com todas as qualidades
Que em ti pude botar
Assumir emprego e casa
Família para criar
Tudo que em ti faltou
Umas não se dão valor
Deixa outro debochar.

Termino te abençoando
Filha do meu coração
Mesmo que tu seja frágil
Ainda te dou perdão
Porque te amo mulher
Aonde você tiver
Tem a minha proteção.

AutoraHELENA BEZERRA.
































































































domingo, 16 de fevereiro de 2020




                   O  DESEJO   DE  BEIJAR.


Pelos anos de setenta
Inda izistia rigô
Os pais cuidava dus fi
Cuma se faz cum robô
As cena mais arrogante
Se via no interiô.

Naciso de Chico Bento
Namorô cum Francisquinha
Ele na sala da frente
E ela lá da cozinha
Jogava o par de bozó
Que outo jeito nun tinha.

Todo dumingo ele ia
Dispôs de incher a barriga
Andava três légua  apé
O calor dava fadiga
Suor discia rolano
Chega fidia a fuimiga

Muntas vêz via de longe
Aquela môça singela
Qui iscuieu pra amar
E apaxonouce purela
Nun via o dia e a ora
Para pidir a mão dela.

Insaiva todo dia
O jeito de infrentá
Os pais pru mode pidir
A mão dela pra casá
Antes ele precisava
A môça cumunicá.

No dia do piditoro
Cuma era do agrado
Butaro os dois na frente
O bê a bá foi traçado
Proguntaro pela casa
E tombém pelo roçado.

Era período de festa
De santo Antôe padrueiro
Todo mundo era devoto
Trabaiava o dia inteiro
A noite ia pra novena
Do santo casamenteiro.

Foi a famia todinha
Nesse dia do noivado
Divido ser munto longe
Fôro de carro fretado
Primeira vez qui o casal
Se assentaro incostado.

A novena rendeu munto
E cumeçou o leilão
A mãe precisou sair
Recumendou o irmão
Tocai aí eles dois
Qui vou oiar um balão.

O muleque ficou colado
Obseivano o casal
O noivo se adiantou
Pensano qui era normal
Beijar a mão da donzela
Por ser noivo oficial.

Cono cumeçou beijar
O muleque inloquiceu
Gritou tão arto que o povo
Pra cima deles correu
Curiosos pra saber
O que foi que aconteceu.

A famia chegou junto
A mãe iguá uma fera
Pensei qui você prestava
Mais a ninguém considera
Perdeu tôda confiança
Casamento aqui já era.

Rebanhou tudo pra casa
O noivo iscapuliu
A mãe dispensou o carro
E o comboio siguiu
Tudo apé no iscuro
Não pudia dá um siu

O castigo foi pra todos
Pela  disobidiênça
O casal recem noivado
Que num teve paciênça
De esperá o casamento
Para beijar com descênça.

O noivo fulo de raiva
Ficou munto incabulado
Foi imbora pra sumpalo
Sem deixar nehum recado
A noiva amargamente
Ingulia esse bucado.

Dispôs qui ele vortô
Fôro iscundido casá
Na hora qui o pade disse
Agora pode beijá
O noivo gritou tá doido
A sogra vai me matar.

Só pra dizer cuma era
Os namôro do passado
As môça casava virge
O respeito era sagrado
Quem avançasse o sinal
Levava surra de pau
Ou era preso ou capado.

Produzido por Helena Bezerra.





sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

                 MATUTO  NA CAPITÁ

No sítio das cajaranas
Bem perto de Cuxixó
Três famias residia
Dominadas por Chicó
Qui era o chefe do clã
Bruto qui fazia dó

Mascava fumo boró
Im todo canto cuspia
E cono matava um galo
Os ovo dele ingulia
Todo mundo tinha mêdo
Por isso lhe obidicia

Tinha uma prole de quinze
Tudo ia pru roçado
No meio deles Zé Novo
Qui si dizia letrado
Seu sonho era cuincer
A capitá do estado

Dispôs qui fêz vinte e dois
Vendeu safra de aigudão
Impacotou o dinheiro
Deu a parte do patrão
Comprou passage e seguiu
Num ondu de lotação

Chegou na cidade grande
Achou tudo diferente
Ficou todo apavorado
Cum carro e cum munta gente
Sem distino se sentou
Na ponta de um batente

Sintiu fome e num sabia
Aonde tinha cumer
Se levantou e saiu
Siguino sem intender
Casa dum lado e do outo
Nada tinha pá vender,

Fome sêde e a quintura
Deixou Zé Novo duente
Com uma dô na barriga
Qui chega trincava o dente
Doido pra achar o canto
Qui bota feze de gente

Tinha comprado um jornal
Ia cum ele na mão
Pidiu ajuda dizeno
Tou cum munta precisão
De ocupar um banheiro
Me dêre imformação,

Alguem disse siga enfrente
Dispôs daquela isquina
Vá pelo lado direito
É lá qui a rua termina
Se tiver gente progunte
Qui quarquer pessoa insina

Zé saiu quage correno
Suor frio suor quente
Murmurava aperriado
Isso é canto de gente
Lá im casa é a vontade
Seja sadi ou duente

Cuno chegou no locá
Qui o povo tinha insinado
Abriu a porta e ficou
Oiano pra todo lado
Num sabia onde fazer
O bojo tava tampado.

Utilizou o jorná
E dispôs impacotou
Saiu cunduzino tudo
Du lado qui foi vortou
Passou no mei duma feira
E outra cena topou.

Uma equipe de fiscá
O peso fiscalizano
Pidiu de Zé o pacote
Na balança foi pesano
Você comprô isso aonde
E ele só gaguejano

Diga logo onde foi
Pois tá munto má pesado
Vou processá o cumécio
Você tombem é curpado
Se nun disser eu te prendo
Deixo logo incacerado.

Tremeno disse num sei
Isso é obra meu sinhô
Num tive onde jogá
Num me prenda pur favô
Quero ir pra cajarana
Mas o carro me deixou.

E saiu dali correno
Cum o pacote na mão
Entrou na istrada errada
E subiu num caminhão
Qui ia nouto distino
Mas silivrou da prisão.

Adispôs de três sumanas
Zé Novo im casa chegou
Todo mundo proguntava
Zé, da capitá gostou?
Pensei qui tava impregado
Nem di nós se alembrou.

Qui impregado qui nada
Eu tou todo revortado
Aquilo é lugá de gente
Onde o povo é obrigado
Pesar até o defeque
Ô canto amardiçuado

Gastei tôdo meu dinheiro
Sufri  do jeito do cão
Morro e num conto a ninguém
Pra num haver mangação
Nem descascar a ferida
Eu fui no inferno im vida
Morreno num vou mais não.